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Associação Brasileira de Bancos avalia resultado do IPCA de junho

Tesouro IPCA 2045 ja subiu mais de 70 em 2019
Tesouro IPCA 2045 ja subiu mais de 70 em 2019

Após a alta de 0,23% em maio, como esperado, o IPCA em junho registrou uma deflação de -0,08%. O resultado mensal refletiu a deflação nos bens comercializáveis (-0,72%), movimento que tende a continuar se mantida a redução nos preços das commodities e o movimento de apreciação do real. Em termos anualizados, a inflação alcançou uma taxa de 3,16% a.a., valor próximo ao centro da meta.

Apesar de que seja aguardada alguma aceleração ao longo do 2.º semestre, quando os efeitos da desoneração dos combustíveis estiverem dissipados, o processo desinflacionário é consistente, tornando o balanço de riscos mais favorável para o início do processo de flexibilização monetária a partir de agosto, ainda que não se possa cravar o tamanho do corte na Selic.

A média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada saiu de 6,12% a.a. em maio de 2023 para 5,21% a.a.. Apesar da leve piora na margem no item serviços subjacentes, as suas medidas em 12 meses também ratificaram o cenário benigno para a inflação, com a Alimentação no domicílio passando de 7,78% a.a. em maio de 2023 para 6,94% a.a., a dos bens industriais de 9,17% a.a. para 8,26% a.a. e a dos serviços de 7,13% a.a. para 6,73% a.a.

Adicionalmente, a média anualizada dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central desacelerou de forma significativa de 6,72% a.a. em maio de 2023 para 5,99% a.a.. Por fim, também de forma positiva, o índice de difusão reduziu-se de 56,0% para 49,6%. 

Por Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC.