Como esperado, o Copom reduziu a taxa Selic para 11,75% ao ano. Mesmo neste cenário, ainda vemos atratividade interessante nos investimentos mais conservadores da renda fixa, especialmente com a inflação brasileira controlada, que permite ganhos reais expressivos — tanto pós-fixados, atrelados à inflação, quanto prefixados.
Para o curto prazo (entre 6 meses e um ano), o investidor ainda pode encontrar retornos reais atrativos em pós-fixados. Já para aplicações mais longas, a partir de um ano, passam a aparecer nas carteiras sugeridas tanto uma parte de ativos prefixados quanto papéis atrelados ao IPCA junto a taxas prefixadas, que vão garantir retornos reais por mais tempo. Essa diversificação dentro da renda fixa permite maximizar os ganhos e reduzir a exposição a riscos.
Novo momento
Nos últimos anos, saímos de uma Selic de 2% para quase 14%. Cenários extremos como esses impactam a carteira dos clientes investidores. O que percebemos é que, com os juros muito baixos, até os mais conservadores se mostram aptos a tomar alguns riscos, enquanto a Selic muito alta reduz o apetite da renda variável inclusive nos perfis mais arrojados.
Na nossa visão, o ano de 2024, em que o mercado e também o PicPay projetam uma Selic em 9,5%, deve marcar uma espécie de retomada ao habitual das carteiras, mais alinhada às recomendações tradicionais de alocação para cada perfil. Com isso, ganham força outras oportunidades também em categorias como multimercados e renda variável. Os principais riscos do cenário são a agenda fiscal, internamente, e o cenário externo, com uma possível recessão global.
Felipe Theodoro
Estrategista de investimentos do PicPay