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Qual o maior inimigo da economia brasileira?

O maior inimigo da economia brasileira está bem na frente dos seus olhos. Descubra o que prende o Brasil ao "fracasso".

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Você já parou para pensar nos motivos da economia brasileira não ir para frente? Quando falamos da nossa nação é sempre um assunto delicado, e que rende calorosas discussões. Afinal, apesar dos esforços governamentais, o cenário econômico segue longe de uma melhora, mas por que isso acontece?

Se você tem curiosidade para entender, conversaremos hoje sobre o maior inimigo da economia brasileira.

A economia do Brasil

O Brasil possui uma economia vasta, e isso se dá principalmente pelas riquezas do país. Geologicamente, o Brasil sai na frente de algumas das principais economias do mundo. A riqueza da natureza como minerais e um clima tropical fortalecem a nação e suas relações econômicas. Mas somente isso não é o suficiente para transformar a nação em uma potência mundial.

Já parou para pensar o que realmente torna uma nação rica? Recursos naturais? Produção industrializada? Altos níveis de exportação?

Bem, com certeza todos estes elementos fazem parte da conta. Mas, pelo cenário atual da economia do globo, podemos dizer que as nações mais ricas são aquelas que possuem um maior valor agregado em sua indústria.

Atualmente, na economia, podemos citar o valor agregado como grau de complexidade tecnológica, um termo bem ligado a industrialização.

Quando estamos falando de indústria, lembramos rapidamente de fábricas e grandes produções, mas nem sempre apenas estes elementos são o suficiente para levar uma companhia para onde, por exemplo, a China chegou. Afinal, existe uma grande diferença entre produzir sapatos e chips semicondutores.

O gráfico abaixo, expõe a relação entre PIB e complexidade econômica. Ou seja, mostra diretamente o quanto as economias mais desenvolvidas geram em “receita” em comparação com países mais subdesenvolvidos.

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Apenas com uma “rápida batida de olhos” podemos ver algumas relações já conhecidas. Com países com o menor PIB per capita sendo os Africanos (representados em amarelo no gráfico). A grande “coincidência” é que estes países também estão entre os piores colocados entre os países com os maiores índices de complexidade tecnológica.

O Brasil está “perdido” no centro do mapa, trilhando seu caminho rumo a complexidade, mas ainda longe das grandes potências asiáticas e europeias.

O que acontece com o Brasil?

Para tentar mudar este cenário, a solução mais imediata seria aumentar a complexidade tecnológica do nosso país. Contudo, para criar produtos complexos, precisamos de investimentos, e é exatamente neste ponto que vive o problema.

A história econômica do Brasil, mostra que a nação sempre enfrentou muitas crises econômicas, estas que, são uma herança do crescimento não sustentável do Brasil durante toda a sua formação econômica, que deixou de herança uma grande dívida e processos inflacionários crônicos. Desde então, existem certos pontos que são verdadeiras chagas da economia pública. Assim, o principal deles, é a política de Gastos.

Afinal, não é preciso ser economista para entender que para se investir, é preciso de capital. Considerando uma nação, aumentar receita, se traduz em aumentar arrecadação através de impostos.

No entanto, em uma economia já prejudicada pelas altas tributações, como a brasileira, essa solução simplesmente não é viável. Então, por exemplo, considere você, em sua casa, se sua a renda não dá para fechar as contas do mês, e aumentar essa renda não é uma possibilidade, o que você faz? Você vai “fechar a carteira” não é mesmo? A solução mais prática é reduzir os gastos.

Assim, considerando o estado do Brasil, existem sim, alternativas para reduzir estes gastos. No entanto, todas estas medidas, passam por processos complicados e burocráticos. Afinal, a maior parte da despesa brasileira passa pela previdência, e os custos dos serviços públicos.

Confira um pouco mais sobre as despesas governamentais no gráfico abaixo:

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Então, em suma, para começar a solucionar este problema brasileiro, dois pontos são essenciais: uma reforma verdadeira da previdência, e a redução do custo das companhias estatais e dos servidores públicos.

O grande inimigo

Resumidamente, nós estamos presos em um ciclo sem esperanças. Para sairmos do paradigma do subdesenvolvimento, precisamos adotar novos ciclos produtivos. No entanto, para isso é preciso investimento, seja em educação, em infraestrutura e principalmente em desenvolvimento.

Para gerar recursos para financiar essas medidas, uma reforma na previdência é extremamente necessária. Afinal, irá desonerar os gastos públicos e gerar novas margens de investimento.

Por outro lado, estamos de mãos atadas. O processo de reforma precisa passar pelo poder legislativo brasileiro, e um dos pontos essenciais de serem revistos são os privilégios e oneração com servidores públicos e políticos. O grande prejuízo para o sistema, é que são exatamente os membros privilegiados do poder executivo e legislativo que participam das votações e barram as medidas mais severas em uma possível reforma da previdência brasileira.

Enquanto a “novela se estende”, o país segue perdendo oportunidades de crescimento, e parte atrás das grandes potências mundiais em praticamente todos os setores que requer um maior grau de complexidade industrial. O maior inimigo da economia brasileira é o pensamento do brasileiro.