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Veja o que dizem especialistas sobre alta dos juros americanos

Free Unsplash@euanderfs
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FED subiu juros como esperado 175bps e ainda vê a economia forte no mercado laboral e ainda muita pressão inflacionária. Isso quer dizer que continuarão forte com aumento de juros, porém daqui pra frente, ao invés de 75bps, espera-se que será 50bps tanto em setembro, quanto novembro e ainda seria o fim do aperto monetário. O mercado já olha atualmente como a inflação batendo o pico.

O FED começa a ver arrefecimento no consumidor americano, o resultado e comunicado foi muito em linha do que o mercado esperava, nada moveu drasticamente: nem dólar, nem juros, nem ações, a Nasdaq, por exemplo, subiu 12% desde metade de junho. A grande discussão nesse momento é se esse enfraquecimento econômico é reflexo de uma recessão? Se sim, será ela branda ou severa. Mercado precifica que não haverá nada grande demais, não é que teremos muitas oportunidades, porém não seria tão terrível assim.

João Beck, economista e sócio da BRA

O FOMC entregou o aumento esperado de 75bps, em linha com nossas expectativas e a precificação de mercado.

A parte principal do comunicado incluiu uma dicotomia:

“os indicadores recentes de consumo e produção suavizaram. No entanto, os ganhos de emprego foram robustos. A inflação continua elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas de preços”.

A decisão de política monetária de hoje e o comunicado não apresentaram grandes surpresas e, após o aumento de 75bps hoje, o mercado espera que o FOMC diminua o ritmo de aperto para altas de 50bps em setembro, seguida de 25bps em novembro, quando o Fed fará uma pausa e avaliará o equilíbrio de riscos para a economia.

A publicação dos números do PIB do segundo trimestre amanhã também é importante e revelará se a economia dos EUA entrou em uma recessão técnica no primeiro semestre de 2022. O mercado espera amanhã uma contração do PIB de 0,9% no segundo trimestre, impulsionada por diversos fatores como queda do preço das commodities e deterioração do consumo e investimento privado. O efeito de arrocho que as taxas de juros mais altas já estão se revelando no mercado imobiliário dos EUA fará com que o Fed não leve os juros muito acima de 3% ao longo deste ano.

Eduardo Melo, especialista em finanças e CEO da Prime Investe

A economia americana é sólida, está no TOP 3 do mundo nos últimos 30 anos, quando vemos uma queda como essa, do qqq ETF americano em 30%, e quando o mercado se aproxima do preço médio anual, conseguimos ver que quando se aproxima desse indicador poderoso para a economia americana, vemos uma subida muito forte nos próximos meses ou anos.

Quando vemos essa queda entrando na casa dos 30% de uma economia muito sólida, independente da taxa de juros vir elevada, igual ou inferior, vemos o mercado entrando em um ciclo de boas oportunidades. Mercado sempre mostrando boas oportunidades de compra, porque uma queda de 30% do mercado americano, em 2020, na pandemia foi um fator atípico, mas o mercado não atingiu esses patamares e a última queda que tivemos nesse tamanho foi em 2008, lá se vai 14 anos, que não temos uma boa oportunidade de queda como essa. Acredito que as melhores oportunidades estão na crise.

Por Andrey Nousi, especialista em finanças e fundador da Nousi Finance