- O conselho da Hypera (HYPE3) decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta de aquisição da EMS, considerando-a abaixo do valor justo
- Após a recusa, as ações da Hypera caíram até 7,36%, mas recuperaram parte das perdas, sendo negociadas a R$ 26,98
- O Bradesco BBI atribui a queda ao preço elevado das ações antes da proposta, sugerindo que a EMS pode revisar sua oferta
- A EMS pode tentar aumentar sua participação na Hypera, que já possuía 3% das ações, para melhorar suas chances em uma nova proposta
- Acionistas de referência agora detêm 48% da Hypera, o que pode dificultar a aprovação de qualquer fusão futura
- O Itaú BBA mantém uma classificação neutra para a Hypera e espera que a incerteza em torno da proposta continue a impactar o desempenho das ações
O conselho de administração da Hypera (HYPE3) tomou a decisão unânime de rejeitar a proposta de aquisição não solicitada da EMS. Assim, alegando que a oferta estava abaixo do valor justo da empresa. A reação do mercado foi imediata, com as ações da Hypera chegando a recuar até 7,36%. Ainda, atingindo R$ 25,31 na mínima do dia. Embora as perdas tenham sido amenizadas, por volta das 11h29 (horário de Brasília), a queda ainda se situava em 1,24%, com as ações sendo negociadas a R$ 26,98.
O Bradesco BBI analisou a situação e atribuiu a queda ao fato de que o preço de fechamento anterior das ações estava significativamente acima do nível de negociação na segunda-feira (21), antes da divulgação da oferta.
Foco na revisão de proposta
Com uma diferença de cerca de 25% em relação ao preço de R$ 22, o banco acredita que o foco agora deve ser uma possível revisão da proposta por parte da EMS. Isso faria sentido, considerando o potencial para sinergias e melhorias na estrutura de capital da Hypera. Especialmente porque a EMS não possui dívidas.
Além disso, o BBI sugere que a EMS pode optar por adquirir mais ações da Hypera no mercado, onde já possuía 3% das ações até meados de setembro. Essa estratégia poderia aumentar as chances de aprovação de uma nova proposta. Além de possibilitar à EMS aproveitar uma maior parte das sinergias, tornando a oferta mais atraente.
A proposta inicial da EMS incluía um pagamento de R$ 30 por ação em dinheiro, visando a aquisição de até 20% das ações da Hypera. Contudo, o cenário se complica pela estrutura acionária da empresa. Uma matéria recente do Brazil Journal revelou que acionistas de referência, incluindo a holding mexicana Maiorem e a Votorantim, agora detêm 48% da Hypera. Essa mudança representa um desafio significativo para a aprovação de qualquer fusão, uma vez que a proposta exigiria o apoio da maioria dos acionistas.
O Itaú BBA ressaltou que a proposta da EMS ainda precisa passar pela votação dos acionistas, e com a nova estrutura acionária, a aprovação parece incerta.
Aprovação incerta e classificação neutra
O BBA manteve uma classificação neutra para as ações da Hypera. Ainda, com um preço-alvo de R$ 29, indicando que a incerteza em torno da proposta pode continuar a impactar o desempenho das ações.
Em resumo, embora a recusa da Hypera à oferta da EMS tenha sido esperada, as movimentações do mercado e as dinâmicas acionárias criam um cenário de volatilidade e incerteza sobre o futuro da farmacêutica. As expectativas agora se concentram em possíveis novas ofertas e nas reações dos investidores.