- A gestora Ashmore adquiriu 31,3 milhões de ações da Oi, elevando sua participação acionária na empresa em recuperação judicial
- A Anatel aprovou a transição do serviço de telefonia fixa da Oi para o regime de autorização, permitindo maior flexibilidade operacional
- A migração para o regime privado e a venda de ativos imobiliários visam reduzir custos e acelerar a recuperação financeira da Oi
A Oi (OIBR3), empresa em recuperação judicial, informou que recebeu uma comunicação da Gestora Ashmore, relatando um aumento significativo em sua participação acionária. Segundo o comunicado, fundos sob a administração da Ashmore adquiriram aproximadamente 31,3 milhões de ações da companhia, elevando sua participação para cerca de 9,48%.
Este movimento marca uma alteração estratégica no quadro acionário da Oi, ocorrendo no contexto da capitalização de créditos detidos pela gestora contra a empresa. O aumento de capital foi aprovado e ratificado pelos conselhos de administração da Oi em reuniões realizadas em 21 de agosto e 4 de novembro deste ano.
Capitalização de créditos e reforço na participação acionária
A mudança na participação acionária faz parte de um processo de reestruturação financeira da Oi, que está em recuperação judicial desde 2016. A gestora Ashmore, ao aumentar sua participação, visa fortalecer sua posição na companhia, que enfrenta um processo complexo de reequilíbrio econômico-financeiro. A aquisição das 31,3 milhões de ações pela Ashmore é uma contrapartida pela capitalização de créditos que a gestora detinha contra a Oi, no âmbito da reestruturação de sua dívida.
A Oi, que passou por um processo de recuperação judicial com a reavaliação de suas operações, especialmente na área de telefonia fixa e infraestrutura de telecomunicações, vem buscando alternativas para melhorar sua posição financeira e garantir a sustentabilidade de suas operações. O aumento da participação acionária da Ashmore, portanto, não só reflete a confiança da gestora no potencial de recuperação da empresa, mas também é um passo crucial no processo de refinanciamento e reestruturação de sua dívida.
Além disso, a Oi destacou que a mudança na composição acionária pode ajudar a proporcionar maior estabilidade financeira, em um momento em que a empresa trabalha para reduzir sua dívida e otimizar sua estrutura de capital. A participação da Ashmore pode ser vista como um sinal de confiança no processo de recuperação da Oi, que, embora ainda enfrentando desafios, está avançando em várias frentes para restaurar a rentabilidade e a competitividade no mercado.
Migração do serviço telefônico fixo comutado (STFC) e aprovação pela Anatel
Outro avanço significativo para a Oi foi a recente aprovação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da minuta de um termo que formaliza a transição do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) da companhia do regime de concessão para o regime de autorização. Esta aprovação, que é vista como a última pendência regulatória para a migração do serviço do regime público para o privado, representa um marco importante para a Oi, permitindo-lhe avançar em sua reestruturação.
Com a formalização do novo termo, a Oi terá a possibilidade de reequilibrar seus serviços de telefonia fixa sobre a infraestrutura legada, com a expectativa de reduzir os custos operacionais. A migração para o regime de autorização, que é menos oneroso e mais flexível, permitirá à empresa maior liberdade para readequar suas operações e buscar soluções mais eficazes para a gestão de seus serviços. Além disso, essa mudança deve acelerar o processo de venda de ativos imobiliários, um passo importante no plano de desmobilização de ativos da Oi, que visa concentrar esforços em suas operações essenciais e melhorar sua saúde financeira.
Essa migração também deve facilitar o processo de venda de ativos, que é uma das principais estratégias da Oi para reduzir sua dívida e se reestruturar financeiramente. A Oi vinha trabalhando na venda de ativos como parte de seu plano de recuperação, e a Anatel aprovou a medida, considerando-a um passo fundamental para implementar esse processo.
Perspectivas futuras
Com a entrada da Ashmore como um dos principais acionistas e a aprovação da transição do STFC para o regime de autorização, a Oi tem um caminho mais claro para avançar na sua recuperação financeira e operacional. A capitalização de créditos e o fortalecimento de sua base acionária são componentes chave para a empresa reduzir seus passivos e otimizar suas operações.
Ainda assim, os desafios permanecem. A Oi terá que continuar enfrentando a complexidade da reestruturação de sua dívida, bem como a necessidade de adaptar-se às mudanças regulatórias e ao cenário competitivo do setor de telecomunicações. Contudo, o aumento da participação da Ashmore e as recentes aprovações da Anatel sinalizam que a empresa está tomando medidas importantes para restaurar sua estabilidade financeira e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Ao continuar avançando nesses processos, a Oi poderá, eventualmente, superar os desafios do passado e se reposicionar no mercado de telecomunicações, com uma estrutura financeira mais sólida e uma oferta de serviços mais enxuta e eficiente.