Perdas podem chegar a R$ 59,1 bilhões até 2025, conforme estudo da Fiesp.
A gestão de processos da construção civil é fundamental para o sucesso e a qualidade das obras. No entanto, atrasos são um problema recorrente, que podem comprometer o cronograma de entregas, a satisfação dos clientes, a atração de investidores e os lucros.
De acordo com o estudo “Burocracia na Construção: o custo da ineficiência nos processos”, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o tempo médio para erguer um prédio padrão no país é de dois anos, mas o prazo poderia ser reduzido pela metade em um cenário sem percalços.
O levantamento também estimou o custo dos atrasos, avaliando que, no período de 2023 até 2025, a construção civil deixará de ganhar R$ 59,1 bilhões em função desse tempo maior para a conclusão dos projetos. O valor, conforme aponta o estudo, equivale a 8% dos investimentos previstos para o setor no mesmo período.
Os atrasos das obras podem causar diminuição da rentabilidade, desperdícios e prejuízos financeiros que não estavam previstos, de acordo com informações da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para evitar esses problemas, especialistas da área da construção civil recomendam uma gestão eficiente, a partir de um cronograma de obras bem estabelecido. As construtoras e empreiteiras podem contar com o apoio de tecnologias, como site para fazer fluxograma, para organizar todas as etapas do projeto em um só lugar.
Atraso de obras causa danos à reputação e outros prejuízos
Os atrasos nas obras da construção civil podem acontecer por diferentes motivos. O estudo da Fiesp aponta que as aprovações da administração pública, das jurisdições, dos processos licitatórios, das fiscalizações e das vistorias podem demorar mais do que o previsto e resultar em aumento do prazo estimado para a conclusão do projeto.
Há, ainda, questões relacionadas à gestão que também podem impactar no atraso para a conclusão das obras. Ausência de planejamento, problemas de comunicação, retrabalhos, falta de mão de obra, situações com fornecedores e condições climáticas estão entre elas.
Segundo informações da UFRJ, as construtoras e empreiteiras podem ser impactadas de diferentes formas quando não cumprem o prazo inicial das obras. Custos extras com mão de obra, aluguel de equipamentos e compras de materiais são os primeiros prejuízos percebidos. Com o prolongamento do projeto, será preciso investir em serviços de última hora, aumentando os dígitos do planejamento financeiro inicial.
A UFRJ também destaca a perda financeira, já que os empreendimentos atrasados não geram receita até serem concluídos, afetando o fluxo de caixa. Além disso, a reputação da empresa também é colocada em risco. Muitos clientes podem deixar de recomendar a organização e dar feedbacks negativos que impactem a imagem da empresa no setor da construção civil. Dependendo do atraso na entrega das unidades, a empresa fica sujeita às ações judiciais.
Planejamento pode reduzir atraso e custos adicionais
Em entrevista à imprensa, o professor e doutor em Engenharia Estrutural do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da UFRJ, Alberto Leal, afirmou que a adoção de sistemas construtivos mais rápidos no setor está diretamente ligada à antecipação de retornos financeiros e entregas no prazo.
Artigo publicado na Revista FT destaca a importância de elaborar a programação ou o cronograma do projeto. Conforme explica o estudo, esse tipo de medida permite acompanhar de forma contínua o desenvolvimento das obras e oferecer dados capazes de verificar se o prazo será respeitado.
Ainda de acordo com o artigo, elaborar o cronograma de obra possibilita a identificação de situações desfavoráveis com maior facilidade. Assim, é possível intervir nas decisões e implementar medidas preventivas e corretivas com o intuito de reduzir o atraso e os custos adicionais.
As empresas adeptas à tecnologia podem encontrar nos fluxogramas on-line uma forma de planejar o cronograma de seus projetos na construção civil. Conforme explica o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a ferramenta é um desenho que utiliza símbolos padronizados para representar o encadeamento de todos os processos. Segundo o órgão, o recurso é prático e simples, permitindo a visualização detalhada de tudo o que acontece.