Será que o Banco BMG é confiável para investir e o seu CDB é seguro? De acordo com o calendário de resultados 3T21, a instituição financeira pretende mostrar os próximos resultados trimestrais apenas no início de novembro, sendo um importante momento para analisar o investimento em suas ações.
Mas antes disso, o banco carrega informações muito importantes que podem ajudar a definir se investir em seus próprios produtos financeiros são uma boa ideia ou não.
Por isso, acompanhe a análise a seguir sobre o Banco BMG e saiba se a instituição financeira é uma opção confiável para investimentos com base nos dados mais recentes.
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Sobre o Banco BMG
Com início em 1930, o Banco BMG foi fundado pela família Guimarães, como um banco comercial com produtos para pessoas física e jurídica. Mas ao longo dos anos, a instituição financeira promoveu uma série de transformações até se tornar o banco múltiplo com vários campos de atuação.
Como destaque, vale mencionar o ano de 1998, quando o BMG iniciou um projeto de reestruturação com o intuito de aumentar a exposição ao mercado de crédito por meio da concessão de empréstimos consignados.
Saltando no tempo, ocorreu em 2012 uma associação entre o BMG e o Itaú Unibanco para a criação de um novo banco voltado exclusivamente ao empréstimo consignado (Banco Itaú Bmg Consignado S.A.), ficando com 30% do capital e o Itaú com os 70% restantes.
Em 2017, por sua vez, a instituição financeira lançou a sua plataforma de investimentos, o BMG Invest Digital, permitindo operações de investimentos de forma 100% digital. No ano seguinte, o BMG fez o lançamento de seu banco digital, oferendo serviços de conta digital, crédito pessoal e seguros, além de cartão de crédito consignado e crédito pessoal com débito em conta, estes exclusivos para aposentados e pensionistas do INSS e servidores públicos.
Além disso, as operações do Banco BMG podem ser divididas da seguinte maneira:
- Varejo: Cartão de Crédito Consignado, Empréstimo Consignado, Crédito Pessoal (dividido entre crédito na conta e empréstimo consignado nos EUA), e PJ Varejo;
- Atacado: Operações estruturadas, Empresas.
Conforme o gráfico a seguir, o Varejo tem bastante destaque nas operações do BMG, sobretudo em relação aos produtos consignados (cartão de crédito e empréstimo), responsáveis por 71% de toda a carteira do banco.
Resultados recentes
De acordo com o relatório do Banco BMG, o seu resultado para o segundo trimestre de 2021 foi um lucro líquido recorrente de R$ 85 milhões. Sendo assim, o lucro foi uma queda de 2,9% em comparação com o trimestre imediatamente anterior e de 15,2% sobre um ano antes (2T20). Conforme a imagem a seguir, o lucro líquido vem apresentando uma tendência de queda nos trimestres mais recentes, embora se mantenha com valores positivos.
Além disso, a margem financeira e o ROE recorrente também apresentaram uma tendência de queda nos resultados trimestrais mais recentes.
Apesar desse tendência de queda, a carteira de crédito do banco segue num ritmo de crescimento, conforme os detalhes a seguir.
Carteira de crédito e Índice de Basileia
Em relação à carteira de crédito, o Banco BMG terminou o segundo trimestre de 2021 com R$ 14,46 bilhões. Sendo assim, o resultado total foi um crescimento de 1,7% no trimestre e de 15,7% em doze meses.
Como destaque, as maiores altas na comparação anual apareceram na Carteira Varejo, nos segmentos de crédito pessoal (28,6%), empréstimo consignado (162,6%) e PJ varejo (274,3%).
Observando a qualidade da carteira, com destaque ao segmento D-H — isto é, dos casos mais complicados — há uma tendência de queda da exposição ao risco, embora o 1S21 esteja mais elevado. Em suma, a carteira D-H apresentou participação de 6,31% no 1S21. Em suma, enquanto o segmento de crédito pessoal impacta no aumento do risco, o crédito consignado faz o contraponto para controlar o nível de risco.
1S21 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | |
Carteira D-H (%) | 6,31% | 6,22% | 6,47% | 7,21% | 8,06% |
Fonte: Banco BMG
Ao mesmo tempo, os devedores são um grupo bastante diversificado pelo maior foco no segmento do varejo. Em suma, o grupo dos 50 maiores devedores representam apenas 9,1% da carteira.
Sobre o Índice de Basileia, ou seja, o indicador que mede o grau de alavancagem de uma instituição financeira, o Banco BMG alcançou o patamar de 16,5% no 2T21.
Considerando que a exigência mínima do Banco Central (BC) é de 11%, o indicador do banco conseguiu chegar a patamares muito confortáveis, mesmo em trajetória de queda por conta do crescimento da carteira.
Afinal, o Banco BMG é confiável para investir?
Na visão de analistas do mercado, o Banco BMG demonstra aspectos positivos com relação ao crescimento da carteira de crédito, nível de risco controlado e índice de Basileia em níveis confortáveis.
Por outro lado, o crescimento da carteira não está acompanhando os resultados de lucro, margem financeira e ROE que, embora positivos, mostram tendência de queda. Portanto, isso seria um ponto de atenção.
Ainda assim, o Banco BMG teria um saldo positivo, se mostrando uma opção confiável para investir, mas com atenção maior para os próximos resultados, visto que as tendências opostas não são sustentáveis a longo prazo.
Por fim, este artigo não promove recomendações de compra ou venda de ativos, possuindo exclusivamente a finalidade de informar os leitores.