Com o propósito de contribuir com o cenário econômico de Minas Gerais, há 15 anos foi criado o Banco Semear, segundo o próprio. Nos últimos anos, a instituição financeira recebeu prêmios em reconhecimento ao seu perfil inovador e governança corporativa.
Mas apenas isso é o suficiente? O Banco Semear é uma opção segura para se investir? Acompanhe a análise a seguir e tire suas próprias conclusões.
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Sobre o Banco Semear
Resultado da fusão do Grupo Seculus CFI e Banco Emblema em 2006, o Banco Semear, com origem em Minas Gerais, nasceu focado em operações de crédito consignado e negócios PJ.
Mas ao longo dos anos, a instituição financeira passou por uma ampliação de mais frentes de atuação para seu negócio. Nesse sentido, vale destacar a reestruturação em 2013, onde os modelos de parceria com redes varejistas contaram com diversos produtos, oferecendo crédito direto ao consumidor e empréstimo pessoal.
Em seguida, em 2014, o banco lançou um cartão pré-pago, um CDC Estruturado com diversos lojistas e ainda iniciou o negócio de antecipação de recebíveis. No ano de 2015, por sua vez, a novidade foi o início na área de operação imobiliária.
Atualmente, o Banco Semear possui uma carteira de crédito baseada, sobretudo, em empréstimos aos consumidor e crédito para empresas, com destaque para capital de giro e antecipação de recebíveis. Ao mesmo tempo, também conta com mais de 1.000 pontos de atendimento em quase todos os estados do país.
Ademais, o banco desfruta de alguns reconhecimentos. Por exemplo, em 2019, a instituição financeira recebeu o prêmio de banco mais inovador no setor privado. Além disso, em 2020, o Banco Semear recebeu o prêmio de governança corporativa.
Resultados recentes
Conforme as publicações de resultados do Banco Semear é possível encontrar os dados da instituição até o segundo trimestre de 2020.
Sendo assim, a instituição informou que seu lucro líquido no 2T20 foi de R$ 3,34 milhões. Nesse sentido, o resultado foi superior ao lucro de 2T19 (R$ 1,30 milhão) e também ao lucro do primeiro trimestre do ano passado (R$ 173 mil).
Observando em detalhes, a margem financeira foi o destaque positivo, chegando a 22,6% no 2T20. Dessa maneira, o indicador teve um aumento de 11,1 p.p. diante da margem de 11,5% do segundo trimestre de 2019.
Por outro lado, a receita operacional do banco no segundo trimestre de 2020 se destacou com resultado negativo, apresentando R$ -15,6 milhões. A receita operacional do primeiro trimestre, por sua vez, foi de R$ -15,9 milhões, enquanto a de 2T19 chegou a R$ -11,9 milhões.
Carteira de crédito e Índice de Basileia
A respeito da carteira de créditos, há um resultado acumulado de R$ 498,9 milhões no segundo trimestre de 2020. Conforme o gráfico a seguir, é possível notar que há um leve movimento de queda no volume.
Falando da qualidade da carteira, por sua vez, houve um aumento da carteira de crédito E-H, ou seja, dos casos mais complicados, chegando em 11,6%. Portanto, isso significa que o Banco Semear elevou a participação em créditos de maior risco. Confira o gráfico abaixo:
Considerando isso, a instituição elevou a provisão para R$ 46,6 milhões, equivalente a 9,4% da carteira.
Em conclusão, o Índice de Basileia, ou seja, o indicador que mede o grau de alavancagem de uma instituição financeira, alcançou 18,9% no 2T20. Dessa forma, o resultado foi 1,45 p.p. acima do resultado do mesmo trimestre de 2019 e 0,75 p.p. superior ao primeiro trimestre de 2020. Vale lembrar que o mínimo exigido pelo Banco Central é 11%.
Afinal, o Banco Semear é seguro para investir?
A princípio, o ponto positivo do Banco Semear é o seu Índice de Basileia confortável em 18,9% e acima da média das outras instituições.
Todavia, especialistas do mercado chamam a atenção para outros fatores. Por exemplo, nos dois primeiros trimestres de 2020, os resultados operacionais foram negativos, assim como o resultado também negativo no 4T19 (R$ -21,7 milhões). Portanto, o banco ainda mostra dificuldades em encontrar uma rentabilidade em suas atividades de forma mais consistente.
Ao mesmo tempo, a carteira de crédito passou por uma diminuição do volume, enquanto aumentou a participação em créditos de maior risco. Sendo assim, outro fator de atenção.
Por fim, este artigo não promove recomendações de compra ou venda de ativos, possuindo exclusivamente a finalidade de informar os leitores.