O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou, na última semana, a aprovação de um pagamento de R$2,7 bilhões em juros sobre o capital próprio (JCP) para o terceiro trimestre de 2024. O valor por ação será de R$0,483, marcando mais um passo da instituição no aumento de sua política de distribuição de resultados aos acionistas. A decisão, tomada durante reunião do Conselho de Administração, segue o plano de elevação do payout do banco, conforme já havia sido estabelecido em fevereiro deste ano.
A mudança no payout, que subiu de 40% para 45% em 2024, é vista como um reflexo da boa saúde financeira da instituição, apesar de desafios em algumas áreas. O banco também indicou que, para 2025, a expectativa é de que o lucro permaneça estável ou apresente leve crescimento em relação a 2024.
O Banco do Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2024 com um lucro líquido ajustado de R$9,5 bilhões, o que representa um aumento de 8,3% em comparação com o mesmo período de 2023. A alta no lucro reflete a eficácia de algumas das estratégias adotadas pela instituição, mas também esconde desafios financeiros enfrentados pelo banco.
No entanto, um aspecto que preocupou os analistas foi o aumento nas provisões para perdas com empréstimos, especialmente no setor de agronegócios. De acordo com o relatório divulgado, o crescimento significativo nas provisões impactou negativamente o desempenho do banco no trimestre.
Expectativas para 2025
As projeções para o ano de 2025 indicam um cenário mais cauteloso, mas ainda com possibilidades de crescimento, conforme as previsões dos analistas da XP Investimentos. A casa de análises espera um lucro estável ou levemente superior ao de 2024, o que sinaliza um leve otimismo, mas sem grandes surpresas no horizonte.
Em um contexto mais amplo, o Banco do Brasil segue em um processo de adaptação às mudanças econômicas e de crédito do país. Embora o aumento nas provisões seja uma preocupação, ele também é um reflexo das precauções tomadas para manter a solidez da carteira de crédito da instituição. Em relação ao agronegócio, a alta nos custos de financiamento e a instabilidade nas commodities agrícolas podem continuar a pressionar os números.
O cenário para os grandes bancos brasileiros, incluindo o Banco do Brasil, segue desafiador, com a inflação e as altas taxas de juros impactando tanto a capacidade de crédito das famílias quanto a rentabilidade das operações de crédito. No entanto, a administração do banco tem buscado contrabalancear essas pressões com uma maior rentabilidade nas suas operações financeiras e estratégias de gestão de riscos.