No último domingo (20), durante uma missa em Formosa (GO), o bispo dom Adair José Guimarães fez duras críticas à atual situação política do Brasil, afirmando que o país vive sob uma “ditadura” por conta da perseguição a manifestantes bolsonaristas. O discurso foi gravado e tem circulado amplamente nas redes sociais, especialmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante sua pregação, dom Adair citou casos de pessoas que estão presas, exiladas ou tiveram suas redes sociais cassadas, apontando isso como uma evidência de que não há mais liberdade no Brasil. “Quando o ímpio governa, o povo geme, e nós estamos sendo governados por ímpios,” disse o bispo, parafraseando passagens bíblicas para criticar o governo atual.
Manifestantes presos e comparação com casos de corrupção
Em seu sermão, dom Adair destacou o caso de uma manifestante que foi condenada a 17 anos de prisão por ter pichado a frase “perdeu, mané” em uma estátua na Praça dos Três Poderes durante os ataques de janeiro de 2023. O bispo criticou a severidade da punição imposta à manifestante, questionando a falta de alternativa de prisão domiciliar para que ela pudesse cuidar de seus filhos pequenos.
“Como pode uma mãe, por causa de um batom, pegar 17 anos de prisão?“, questionou. Ele também fez uma comparação com o caso de Adriana Ancelmo, ex-mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, que foi condenada a mais de 80 anos de prisão por envolvimento em crimes de corrupção. Adriana recebeu a possibilidade de prisão domiciliar para cuidar de seus filhos, ao contrário da manifestante.
“A esposa do corrupto do Rio de Janeiro, que pegou 400 e tantos anos de cadeia, já está solta, assim como ela, que pegou mais de 80 anos e também está solta por causa dos filhos. Esses têm direitos. Mas quem defende a família, liberdade, religião, fé e propriedade privada, parece que não tem mais direito no Brasil,” afirmou o religioso.
“Presos políticos” e críticas à democracia brasileira
Durante o discurso, o bispo foi ainda mais longe, afirmando que o Brasil possui “presos políticos” e “exilados políticos”, uma situação que, segundo ele, não é compatível com uma democracia verdadeira. “Isso não é próprio de uma democracia,” argumentou o bispo. Ele também criticou figuras públicas que se dizem defensoras da democracia, mas que, em sua opinião, estão agindo como “ditadores”.
“Quem aparece na TV enchendo a boca para falar de democracia e Estado de Direito não são democratas, são ditadores,” declarou.