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"Bitcoin é ativo dos BRICS, não americano" afirma especialista

Matthew Sigel, da VanEck, afirma que Bitcoin pertence a emergentes dos BRICS, enquanto EUA focam em eleições.

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Para Matthew Sigel, chefe de pesquisas de ativos digitais da VanEck, o Bitcoin não deve ser visto como um ativo americano, mas sim como uma reserva de valor para países emergentes, especialmente os do grupo BRICS. Em entrevista ao Squawk Box nesta segunda-feira (28), Sigel destacou a crescente relação do Bitcoin com países como Rússia, Brasil e Argentina, enquanto minimizou a influência das eleições dos Estados Unidos no futuro da criptomoeda.

“Bitcoin é um ativo de mercados emergentes”

Embora o Bitcoin tenha uma forte presença nos EUA, com seu código escrito em inglês, seu preço precificado em dólar e muitos dos principais ETFs no país, Sigel acredita que a criptomoeda está muito mais alinhada com mercados emergentes. Ele afirma que os governos de países do BRICS estão abraçando o Bitcoin como uma alternativa ao sistema financeiro dominado pelo dólar e utilizando o BTC em suas operações, ao contrário das empresas privadas americanas.

Não é um ativo americano, é um ativo de mercados emergentes”, defendeu Sigel. Ele também destacou que a recente reunião do BRICS na Rússia evidenciou essa tendência.

“Enquanto os EUA estão focados nas eleições, o BRICS já adicionou seis novos membros em 2023, incluindo Argentina, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, onde a mineração de Bitcoin com recursos governamentais está em crescimento.”

Crescimento do Bitcoin fora dos EUA e independência econômica

Sigel aponta que há uma urgência fora dos EUA para contornar as políticas fiscais americanas, que ele considera “irresponsáveis”. Em países como Rússia e Argentina, o Bitcoin está se consolidando como uma moeda de troca em transações internacionais, especialmente em meio a iniciativas de financiamento da mineração de criptomoedas por parte do governo. Ele também especula que, com o tempo, alguns desses países poderão se reintegrar ao sistema financeiro global, negociando com Bitcoin.

“Algum dia, Putin deixará o cargo, e esses países poderão buscar maior integração financeira global. E eles estarão negociando com Bitcoin. O que vamos fazer?”, questionou Sigel, indicando o potencial impacto do BTC como ativo global fora da esfera americana.

Perspectivas otimistas para o preço do Bitcoin

Sigel também se mostra otimista em relação ao preço do Bitcoin, destacando que ele pode estar prestes a iniciar um novo ciclo de alta. Segundo ele, a atual baixa volatilidade do Bitcoin lembra o cenário de 2020, quando a criptomoeda disparou após o anúncio do vencedor das eleições nos EUA.

“Assim que um vencedor foi anunciado, vimos um grande aumento na volatilidade e uma alta significativa no preço do Bitcoin, à medida que novos compradores entraram no mercado”, explicou.

A natureza “camaleão” do Bitcoin

Quando questionado sobre a correlação do Bitcoin com outros ativos, Sigel descreveu o BTC como um “camaleão”, destacando a dificuldade em prever quais ativos irão se correlacionar com o Bitcoin em períodos de alta e baixa. Essa volatilidade e capacidade de adaptação tornam o BTC um ativo difícil de prever no curto e no longo prazo, mas, segundo ele, altamente promissor para investidores de mercados emergentes.

Em resumo, Matthew Sigel vê o Bitcoin como um ativo cada vez mais atraente para países emergentes, especialmente os do BRICS, e espera um ciclo de alta impulsionado pela atual baixa volatilidade e o cenário político global.