Dados recentes da CryptoQuant mostram que o número de bitcoins (BTC) em corretoras de criptomoedas continua caindo, o que é visto como um sinal positivo para o mercado. Atualmente, as corretoras possuem cerca de 2,6 milhões de BTC, uma queda significativa em relação aos 3 milhões de bitcoins registrados em janeiro de 2024. Essa redução de 368 mil BTC, equivalente a aproximadamente R$ 131 bilhões, sugere uma menor pressão vendedora por parte dos investidores, o que pode impulsionar uma alta nos preços.
Além da queda nas reservas de Bitcoin, as corretoras estão vendo um aumento nas reservas de USDT, a maior stablecoin do mercado, que alcançou um novo recorde de US$ 22 bilhões. Esse aumento nas reservas de stablecoins, como o USDT, é geralmente considerado um sinal de que os investidores estão prontos para comprar BTC e outras criptomoedas em um futuro próximo, o que pode gerar um aumento nos preços.
Tarek, analista da CryptoQuant, reforçou essa perspectiva otimista: “Reservas de Bitcoin em declínio e reservas de stablecoins em alta indicam uma perspectiva otimista para o Bitcoin. À medida que a oferta de mercado se estreita e o poder de compra aumenta, podemos estar à beira de uma alta de preços.”
Contexto econômico impulsiona o Bitcoin
Outro fator que contribuiu para o recente desempenho positivo do Bitcoin foi o corte de taxas de juros pelo Federal Reserve dos Estados Unidos e os estímulos econômicos do Banco Central da China. Com essas ações, o BTC subiu para US$ 65.800 nesta quinta-feira (26), seu maior preço desde julho de 2024.
Os cortes de juros por parte dos principais bancos centrais do mundo e a perspectiva de mais reduções no futuro sugerem que o Bitcoin pode continuar subindo no último trimestre de 2024. O histórico também joga a favor do ativo, uma vez que o mês de outubro tem um histórico favorável, sendo apelidado de “outubro verde” pelos investidores.
Com a combinação de fatores como a queda nas reservas de BTC nas corretoras, o aumento nas reservas de stablecoins e o ambiente econômico favorável, a expectativa de uma nova alta no preço do Bitcoin parece cada vez mais forte, consolidando um cenário otimista para os próximos meses.
BTC mantém forte correlação com balanço do Banco Central da China
Ainda sobre o mercado de criptomoedas, os preços do Bitcoin (BTC) têm mostrado uma correlação significativa com o crescimento do balanço do Banco Central da China (PBOC) nos últimos oito anos. Atualmente, o coeficiente de correlação de 30 dias entre o preço do BTC e o balanço do PBOC é de 0,66, conforme dados da TradingView. Esse índice é considerado forte, refletindo como os movimentos de política monetária na China podem influenciar o desempenho do Bitcoin.
A correlação positiva é ainda mais notável em meio aos esforços do PBOC para estimular sua economia, que enfrenta dificuldades. Nesta semana, o banco central chinês anunciou a possibilidade de injetar até 1 trilhão de yuan (US$ 142 bilhões) em seus maiores bancos estatais, além de reduzir a taxa de reservas obrigatórias em 50 pontos base. Essas medidas, voltadas para impulsionar o crescimento econômico e reduzir o desemprego, podem ter um impacto indireto no mercado de criptomoedas.
Por outro lado, a correlação de 30 dias do Bitcoin com o balanço do Federal Reserve dos EUA está em -0,88, o menor nível desde 2016. Isso reflete uma divergência crescente entre as políticas monetárias das duas maiores economias do mundo.
Estímulos da China e impacto no mercado de criptomoedas
Com o novo estímulo do PBOC, o Bitcoin registrou um ganho de quase 3% na semana e mais de 10% no mês, de acordo com dados da CoinDesk. A alta também acompanhou o desempenho das ações chinesas, com o índice CSI 300 subindo 4,5% na sexta-feira, marcando um ganho semanal de 16% — o maior desde 2008.
Analistas sugerem que o aumento da liquidez na China pode impulsionar o preço do Bitcoin a longo prazo. “O estímulo pode levar a um aumento no investimento em empresas de blockchain e tecnologia de mineração, além de aumentar a exposição a criptoativos por meio de ETFs listados em Hong Kong”, explicou o analista Nick Ruck.
Além do Bitcoin, outros ativos de risco também devem ser beneficiados pelo cenário de estímulos globais. Augustine Fan, chefe de insights na SOFA, comentou que o recente afluxo de estímulos trouxe otimismo aos mercados globais, com um cenário reminiscentes dos dias de políticas de afrouxamento quantitativo (QE).