- A Brava Energia (BRAV3) registrou lucro líquido de R$ 498,3 milhões no 3º trimestre de 2024, revertendo o prejuízo de R$ 349,9 milhões do mesmo período de 2023
- O EBITDA ajustado proforma aumentou 7,7%, alcançando R$ 727,4 milhões, com a margem EBITDA ajustada subindo para 33,2%, um crescimento de 5,7 pontos percentuais
- A empresa reduziu o custo de extração médio para US$ 20,0 por barril de óleo equivalente (boe), e o custo dos produtos vendidos (CPV) caiu 9%, impulsionando a eficiência operacional
A Brava Energia, resultado da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta, anunciou um lucro líquido de R$ 498,3 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo um prejuízo de R$ 349,9 milhões registrado no mesmo período de 2023. O desempenho financeiro positivo da empresa reflete uma combinação de fatores, incluindo a redução no custo de extração, crescimento no EBITDA ajustado, e um gerenciamento eficiente de suas operações.
Lucro Líquido e EBITDA: Resultados positivos
O lucro líquido de R$ 498,3 milhões no 3T24 marca um salto expressivo em relação ao prejuízo de R$ 349,9 milhões do mesmo período de 2023. A melhoria nos resultados é atribuída à maior eficiência operacional e a um controle rigoroso dos custos, aliados a uma gestão financeira mais eficiente após a incorporação da Enauta pela 3R Petroleum, que resultou na criação da Brava Energia.
O EBITDA ajustado proforma, indicador que mede o desempenho operacional da empresa, registrou um crescimento de 7,7% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, somando R$ 727,4 milhões. A margem EBITDA ajustado proforma também apresentou um bom desempenho, atingindo 33,2%, um aumento de 5,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado destaca a capacidade da Brava Energia de gerar lucro operacional de maneira mais eficiente, apesar de uma queda na receita líquida.
Receita líquida e custos operacionais
Apesar do bom desempenho em termos de lucro e EBITDA, a receita líquida da Brava Energia caiu 10,7%, passando de R$ 2,456 bilhões no 3T23 para R$ 2,193 bilhões no 3T24. A queda na receita reflete a volatilidade do preço do petróleo e as dinâmicas do mercado global, que impactaram as receitas da empresa no período.
Por outro lado, a Brava Energia conseguiu reduzir significativamente seus custos operacionais, com destaque para o custo de extração (lifting cost), que caiu 14,7% em relação ao ano anterior. No terceiro trimestre de 2024, o custo médio ponderado de extração foi de US$ 20,0 por barril de óleo equivalente (boe), um resultado positivo para a empresa, especialmente considerando a diversificação das suas operações tanto no segmento onshore quanto offshore. No segmento onshore, o custo de extração foi de US$ 20,4/boe.
Além disso, o custo dos produtos vendidos (CPV) somou R$ 1,715 bilhões, apresentando uma queda de 9% quando comparado ao mesmo período de 2023. A redução no CPV reflete uma gestão mais eficiente dos custos de produção, o que contribuiu para a recuperação da rentabilidade da companhia.
Resultados financeiros e dívida
O resultado financeiro líquido da Brava Energia também apresentou uma melhora significativa, embora ainda tenha sido negativo. No 3T24, o resultado financeiro foi negativo em R$ 236,4 milhões, uma redução expressiva em relação ao prejuízo financeiro de R$ 757,7 milhões registrado no 3T23. Isso se deve, em parte, a uma gestão mais prudente da dívida e à melhoria na performance operacional da empresa.
No final do trimestre, a Brava Energia registrou uma dívida líquida consolidada de R$ 9,058 bilhões, com uma alavancagem de 2,7 vezes (dívida líquida/EBITDA ajustado). Embora a alavancagem tenha se mantido em um patamar elevado, a redução do resultado financeiro negativo e o aumento do EBITDA ajustado indicam um processo de “desendividamento gradual” e um controle mais eficaz das finanças da companhia.
Perspectivas para o futuro
A recuperação financeira da Brava Energia no terceiro trimestre de 2024 é um sinal positivo para o futuro da companhia. A melhoria nos resultados operacionais, com destaque para o aumento do EBITDA e a redução dos custos de extração, coloca a empresa em uma trajetória de maior rentabilidade e maior capacidade de gerar valor para seus acionistas.
Com a combinação dos ativos onshore e offshore e a continuidade do processo de otimização de custos, a Brava Energia está bem posicionada para enfrentar as flutuações do mercado global de petróleo e gás. A companhia também deve continuar focada na redução de sua alavancagem e na gestão eficiente da sua dívida, visando um equilíbrio entre crescimento e solidez financeira.
Em termos de mercado, a Brava Energia segue com grandes expectativas de explorar novos campos de petróleo, especialmente nas regiões em que já possui ativos estratégicos, como o Complexo Potiguar e os Polos Papa-Terra, Atlanta, Peroá, Manati e Pescada. A empresa tem potencial para gerar valor tanto com o crescimento da produção quanto com a otimização de suas operações existentes.