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CEO da Enel confraternizou com Lula em junho, confira

Apagão de grandes proporções reacende tensões entre governo e Enel, após confraternização com Lula em junho.

Divulgação/Enel - 15.jun.2024.
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  • Desde sexta-feira (11), a Grande São Paulo enfrenta um apagão significativo, afetando milhares de pessoas.
  • A demora na normalização do serviço ampliou a insatisfação pública e acentuou o desgaste entre o governo e a Enel
  • A nova falha ocorre após outros episódios de apagões registrados em novembro e março, expondo a vulnerabilidade da infraestrutura elétrica na região
  • O ministro Alexandre Silveira, exigiu que a Enel restabeleça a energia em três dias, intensificando a pressão sobre a empresa
  • O governo, contudo, sinaliza que falhas contínuas da Enel podem comprometer a renovação do contrato da concessionária italiana

Desde a última sexta-feira (11), um apagão de grandes proporções atinge a Grande São Paulo, agravando a crise entre o governo brasileiro e a Enel, concessionária italiana responsável pela distribuição de energia elétrica na região. A sequência de falhas e a demora no restabelecimento do serviço reforçam a tensão entre as partes. Estas, já desgastadas por episódios semelhantes em meses anteriores.

Nesta segunda-feira (14), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, exigiu que a companhia reestabeleça integralmente o fornecimento em até três dias. Contudo, prazo que a Enel assegurou que cumprirá.

Encontro Prévio no G7 e Promessas de Investimento

Curiosamente, a crise atual contrasta com o clima de otimismo demonstrado meses atrás, quando o presidente Lula e o ministro Alexandre Silveira participaram de um encontro com Flavio Cattaneo, CEO global da Enel. Durante a cúpula do G7 em junho, na Itália. Na ocasião, Lula manifestou interesse na renovação do contrato com a Enel, desde que a empresa assumisse o compromisso de ampliar seus investimentos no Brasil. Além de garantir maior segurança na prestação dos serviços.

Em seu site oficial, a Enel celebrou a reunião, destacando que havia alcançado “um acordo total” com o governo brasileiro. E, no entanto, reafirmando que o Brasil era estratégico para sua expansão global. Como parte das tratativas, a empresa também teria prometido evitar novos episódios de apagões nas regiões atendidas.

Reincidência de Falhas e Crescimento da Pressão Política

No entanto, promessas não foram suficientes para evitar novas interrupções no fornecimento. Ainda em novembro e março deste ano, bairros de São Paulo enfrentaram extensos apagões, provocando reclamações e protestos. Quatro meses depois de anunciar uma “relação renovada de confiança” com o Brasil, a Enel mais uma vez fracassou em garantir estabilidade, colocando em xeque sua credibilidade e o compromisso firmado com o governo.

Agora, diante do apagão de outubro, a pressão sobre a concessionária italiana é maior. O ministro Alexandre Silveira declarou que a Enel cometeu um “grave erro” ao não fornecer uma previsão clara para o restabelecimento da energia. Após reunião de emergência realizada nesta segunda-feira com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e representantes da Enel, Silveira afirmou que a empresa violou termos contratuais, gerando questionamentos sobre a continuidade de sua operação no país.

Auditoria e Intervenção da CGU

A crise também motivou a abertura de uma auditoria pela Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar a atuação da Aneel na fiscalização dos serviços da Enel. O ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, informou que a iniciativa foi determinada pelo presidente Lula, com o objetivo de evitar a repetição de falhas dessa magnitude e garantir maior rigor regulatório. “Precisamos assegurar que os órgãos de controle e fiscalização sejam efetivos”, declarou Carvalho, sinalizando que a atuação da Aneel pode ser reavaliada.

Consequências para o Futuro da Enel no Brasil

O prolongamento da crise coloca em dúvida a renovação do contrato da Enel no Brasil, que parecia encaminhada meses atrás. Embora a empresa tenha prometido restabelecer o serviço dentro do prazo estipulado, o desgaste político e a desconfiança da população podem influenciar negativamente nas negociações futuras. O governo já sinalizou que o desempenho da concessionária será fator determinante para decidir se o contrato será prorrogado ou se outras alternativas serão, portanto, exploradas para a distribuição de energia em São Paulo.

Com um histórico recente de falhas e uma pressão crescente por parte do governo federal, a Enel enfrenta agora um desafio duplo. Restaurar sua credibilidade junto ao público e convencer o governo brasileiro de que é capaz de cumprir suas obrigações contratuais. O episódio pode redefinir a relação entre o Brasil e a gigante italiana. Assim, trazendo à tona discussões mais amplas sobre a qualidade da prestação de serviços essenciais e a regulação do setor energético no país.