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Citi revisa expectativa para Magazine Luiza: Preço-alvo reduzido para R$ 11,50

Análise aponta queda de 36% nas ações da MGLU3, com recomendação “neutra/alto risco” mantida após atualização de previsões.

magalu padrao2024
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  • Citi reduz a expectativa para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) de R$ 18 para R$ 11,50, indicando uma queda de 36%
  • Analistas destacam avanços na melhoria das margens, com resultados do segundo trimestre superando as expectativas
  • Aumento das taxas de juros pressiona as despesas financeiras e leva à redução da previsão de lucro em 28% para 2025, agora estimado em R$ 516 milhões
  • Para o próximo relatório, o Citi projeta lucro líquido ajustado de R$ 46 milhões e GMV de R$ 15,6 bilhões, com margem bruta de 30,9%

Os analistas do Citi, João Pedro Soares e Felipe Reboredo, realizaram uma revisão significativa nas projeções para as ações da Magazine Luiza (MGLU3), reduzindo o preço-alvo de R$ 18 para R$ 11,50, representando uma queda de 36%. Em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira, eles reafirmaram a recomendação de “neutra/alto risco” para os papéis da varejista, destacando a complexidade do cenário econômico atual.

Os analistas reconheceram que a Magalu tem avançado em sua agenda de melhoria das margens, especialmente após o segundo trimestre, onde tanto a margem bruta quanto o EBITDA superaram consideravelmente suas expectativas.

Recuperação e margem bruta

A recuperação das lojas físicas também foi um ponto positivo, mostrando uma reação positiva dos consumidores. Além disso, a maior penetração de serviços oferecidos pela empresa tem sido um fator crucial para impulsionar a margem bruta.

“No entanto, vemos um crescimento de médio prazo mais limitado para 1P/3P (plataforma e-commerce) devido ao cenário macro desfavorável para o setor – taxas de juros/altos custos de financiamento – e à concorrência com mercados internacionais – notamos Mercado Livre e Amazon se expandindo para eletrônicos/eletrodomésticos”, afirmaram.

Entretanto, a pressão das taxas de juros persistentemente elevadas foi um ponto de preocupação destacado pelos analistas. Essas taxas aumentam as despesas financeiras da companhia, levando à revisão para baixo da previsão de lucro. Para 2025, a expectativa de lucro foi reduzida em 28%, agora projetando R$ 516 milhões.

“Vemos a Magalu sendo negociada a 14 vezes o preço sobre o lucro para 2025, o que não é trivialmente exigente, mas parece refletir razoavelmente seu perfil de menor crescimento”, acrescentaram.

Terceiro trimestre

Para o terceiro trimestre, que terá seus resultados divulgados no próximo dia 7 de novembro, o Citi, contudo, estima um lucro líquido ajustado de R$ 46 milhões, com vendas brutas de mercadorias (GMV) totalizando R$ 15,6 bilhões e uma margem bruta de 30,9%. Para o EBITDA ajustado, a expectativa é de R$ 697 milhões, o que implica uma margem de 7,9%.

No fechamento do dia anterior, as ações da Magazine Luiza registraram R$ 9,30. Dessa forma, acumulando uma queda de quase 57% em 2024. O contexto econômico e as mudanças nas expectativas de lucro colocam a empresa em uma posição desafiadora, exigindo atenção dos investidores.

A empresa

Magazine Luiza, frequentemente chamada de Magalu, é uma das maiores redes de varejo do Brasil. Fundada em 1957, a empresa começou como uma pequena loja de móveis em Franca, São Paulo, e expandiu-se significativamente ao longo dos anos. Hoje, ela opera uma vasta rede de lojas físicas, além de uma robusta plataforma de e-commerce.

A Magazine Luiza, no entanto, oferece uma ampla gama de produtos, incluindo eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, roupas e itens para o lar. A empresa é conhecida por sua forte presença digital e pela integração entre suas lojas físicas e online, permitindo uma experiência de compra multicanal. Além disso, a Magalu tem investido em serviços financeiros, como crédito e facilidades de pagamento, para atender melhor seus clientes.