O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira, 6 de novembro, um aumento de meio ponto percentual na taxa Selic, que agora se encontra em 11,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do comitê e reflete uma tentativa de conter a inflação que tem desafiado a economia brasileira nos últimos meses.
Em comunicado oficial, o Banco Central destacou que os ajustes futuros na Selic dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, considerando fatores como os componentes sensíveis à atividade econômica, projeções de inflação, expectativas de inflação e o hiato do produto.
“Ajustes futuros dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade e à política monetária”.
afirmou o BC.
Esse movimento se segue a um período de cortes na Selic, que havia permanecido em 10,5% ao ano desde junho até agora. Antes disso, a taxa tinha sido elevada em agosto de 2022, quando subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Entre agosto do ano passado e maio deste ano, a Selic foi reduzida em seis ocasiões, com cortes de 0,5 ponto percentual e um de 0,25 ponto.
Reações do mercado e implicações
O aumento da Selic foi esperado pelo mercado, que vê a medida como uma forma de evitar um agravamento da inflação. Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, comentou que o Banco Central demonstrou cautela em sua abordagem. “O Banco Central evitou medidas extremas que poderiam sufocar a economia”, disse Eyng em entrevista ao BM&C News.
A decisão do Copom também é influenciada por fatores externos, especialmente após a recente vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, apontou que essa mudança no cenário internacional tem levado investidores a retirar seus recursos do Brasil em busca de alternativas mais lucrativas no exterior, como a Tesla, que registrou uma alta de 15% em suas ações no mesmo dia da decisão do Copom. Andrade destacou que essa migração de capital forçou o governo a considerar um aumento na taxa de juros para tornar o Brasil mais atrativo para os investidores estrangeiros. “O governo precisa manter os juros elevados para continuar atraindo capital”, afirmou Andrade ao BM&C News.
Expectativas futuras
O Banco Central se comprometeu a monitorar a evolução da inflação e a ajustar a política monetária conforme necessário. O cenário econômico continua a ser incerto, e analistas estão atentos aos próximos passos do Copom e ao impacto que as decisões sobre a Selic terão na economia brasileira. A possibilidade de novas elevações da taxa em resposta a pressões inflacionárias não pode ser descartada, especialmente se os indicadores de preço continuarem a apresentar altas significativas.
Assim, o aumento da Selic para 11,25% é uma medida importante em um contexto de inflação elevada e incertezas econômicas, destacando a necessidade de políticas monetárias eficazes para garantir a estabilidade financeira do país.