- Desaprovação do governo Lula subiu de 43% para 46%
- Aprovação e desaprovação estão empatadas, após uma diferença de 13 pontos no início do mandato
- Pesquisa PoderData foi realizada de 12 a 14 de outubro de 2024, com 2.500 entrevistas
- Amostra representativa obtida através de dezenas de milhares de ligações telefônicas
A taxa de desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu de 43% para 46%, segundo dados da pesquisa PoderData, realizada entre os dias 12 e 14 de outubro de 2024. Essa variação de 3 pontos percentuais marca um momento significativo, uma vez que agora o percentual de eleitores que desaprovam a gestão do presidente se iguala ao de aqueles que a aprovam.
Desde o início do mandato, em janeiro de 2023, a curva de aprovação teve uma trajetória interessante. No primeiro mês de governo, a taxa de aprovação superava a de desaprovação em 13 pontos percentuais. Contudo, a situação atual revela uma inversão, com os índices de aprovação e desaprovação empatados, refletindo um cenário de crescente insatisfação entre os cidadãos.
Representatividade dos dados
O PoderData conduziu a pesquisa, uma empresa do grupo Poder360 Jornalismo, utilizando recursos próprios. Para garantir a representatividade dos dados, a equipe realizou 2.500 entrevistas em 181 municípios espalhados pelas 27 unidades da Federação. O método de coleta incluiu ligações para celulares e telefones fixos, e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa se destaca pela robustez, resultado da extensa metodologia empregada, que inclui a realização de dezenas de milhares de chamadas telefônicas. Em muitos casos, a equipe faz mais de 100 mil ligações para encontrar os entrevistados que representam, de forma fiel, a diversidade da população em termos de sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica. Esses dados são cruciais para entender a percepção pública sobre o governo e suas políticas, fornecendo um panorama mais claro da atual relação entre o presidente e os eleitores.
O Poder360 realiza uma análise detalhada da aprovação e desaprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, estratificando os dados por diferentes variáveis demográficas, como sexo, idade, escolaridade e renda. Os resultados revelam nuances importantes na percepção do governo entre distintos grupos da população.
Aprovação entre Faixas Etárias
Os dados mostram que os jovens de 16 a 24 anos avaliam o governo Lula de forma mais positiva, com uma taxa de aprovação de 60%. Os idosos, por sua vez, seguem esse grupo, com 55% de aprovação entre aqueles com 60 anos ou mais. Essa diferença etária sugere que as políticas do governo podem ressoar mais fortemente com essas faixas etárias, refletindo preocupações e expectativas específicas.
Desaprovação entre Educados e Aposentados
Em contraste, a desaprovação do governo é mais acentuada entre aqueles que possuem ensino superior, com 54% expressando insatisfação. Além disso, 53% dos que ganham mais de cinco salários mínimos também desaprovam a gestão. Essa tendência pode indicar que grupos com maior nível educacional e renda têm expectativas diferentes em relação às políticas e resultados do governo.
Avaliação Regional
Regionalmente, a avaliação do governo varia bastante. No Norte, mais de 50% da população declara aprovar a gestão petista. No Sudeste, a situação é mais equilibrada, com 46% de aprovação e 44% de desaprovação. Entretanto, em outras regiões do país, a desaprovação supera a aprovação, destacando um cenário desafiador para o governo em diversas partes do Brasil.
Posição Religiosa
A pesquisa também revela uma polarização entre as principais religiões do país. Entre os católicos, 55% aprovam a gestão de Lula, enquanto 60% dos evangélicos expressam desaprovação. Essa divisão pode refletir diferenças nas prioridades e nas experiências sociais de cada grupo.
Avaliação Geral do Governo
Além disso, a percepção geral sobre o trabalho de Lula tem mostrado certa instabilidade. O percentual dos que consideram sua gestão “ótima” ou “boa” caiu de 31% no final de julho para 30% agora. A taxa de insatisfação, no entanto, permanece inalterada em 31%. Por outro lado, a quantidade de pessoas que classificam seu governo como “regular” subiu significativamente, atingindo 21 pontos percentuais desde a posse e 13 pontos desde o início de 2024. Essa subida sugere que os eleitores estão cautelosos, pois eles podem interpretar uma classificação “regular” como um sinal de indecisão. Esse estágio pode levar a uma avaliação mais firme no futuro, seja positiva ou negativa.
Considerações Finais
Esses dados indicam que, embora Lula tenha uma base de apoio entre determinados grupos demográficos, a desaprovação persiste em setores mais educados e de maior renda. A diferença nas avaliações regionais e religiosas também sugere que o governo enfrentará desafios significativos na busca por um apoio mais amplo. A oscilação nas percepções sobre sua gestão destaca a importância de estratégias eficazes para engajar e satisfazer as expectativas dos eleitores em um ambiente político cada vez mais dinâmico.