- Alta do Dólar: O dólar opera em alta nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,6874, impulsionado pela incerteza fiscal no Brasil e pela proximidade das eleições nos EUA
- Revisão Fiscal no Brasil: A ministra Simone Tebet destacou a necessidade de uma “revisão estrutural” dos gastos públicos
- Eleições Americanas: Com a disputa acirrada entre Kamala Harris e Donald Trump, os investidores estão atentos às propostas de Trump sobre aumento de tarifas
O dólar apresenta alta nesta quarta-feira (16), em um cenário marcado pela escassez de dados econômicos relevantes globalmente. Sem grandes novidades nos mercados, os investidores continuam a focar nas eleições americanas e nas questões fiscais do Brasil. Dessa forma, que se tornam determinantes nas decisões de compra e venda. No Brasil, a atenção está voltada para como o governo lidará com as contas públicas. E, se conseguirá cumprir a meta fiscal de 2024.
Na terça-feira (15), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a urgência de revisar os gastos públicos.
“Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração”, afirmou a ministra.
Ainda, afirmando que o governo não pode mais contar apenas com o aumento das receitas para resolver a questão fiscal. Ela enfatizou a necessidade de uma “revisão estrutural” das despesas, citando os supersalários do funcionalismo público como um tema que merece atenção.
Embora não tenha especificado quais áreas de gastos seriam revisadas, Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, estão prontos para colocar as propostas em prática.
“Estamos otimistas de que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo após o segundo turno conversar com o presidente Lula”, afirmou.
Cenário internacional
No cenário internacional, as eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas pela disputa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, estão em destaque. Recentes pesquisas mostram uma corrida acirrada, com Harris liderando por apenas 3 pontos percentuais — 45% a 42%. Isto, segundo um levantamento da Reuters/Ipsos. As declarações de Trump sobre possíveis aumentos nas tarifas de importação, caso eleito, geram preocupações sobre o impacto que isso teria no comércio exterior. Especialmente para países exportadores como o Brasil.
Trump também comentou que, se eleito, se sentirá no direito de influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros. Embora tenha afirmado que não dará ordens diretas. Este contexto é importante, pois o Fed iniciou recentemente um ciclo de cortes nas taxas de juros, reduzindo-as, contudo, em 0,50 ponto percentual para uma faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Oscilação dos preços do petróleo
Além das questões políticas, o mercado também observa a oscilação dos preços do petróleo. Após uma queda superior a 4% na véspera, devido a uma expectativa de diminuição na demanda e uma redução nas ameaças de conflitos que poderiam afetar as instalações petrolíferas do Irã, os preços apresentaram leve recuperação nesta quarta-feira, com uma baixa de cerca de 0,40%.
Essa dinâmica, portanto, é crucial, pois uma menor demanda por petróleo significa que há menos dólares circulando nos mercados. O que, no entanto, pode valorizar a moeda americana em relação a países exportadores de petróleo, como o Brasil.
Cotação do Ibovespa
Na terça-feira (16), a moeda norte-americana subiu 1,33%, atingindo o maior patamar desde 6 de agosto, ao encerrar em R$ 5,6561. No total, o dólar registra alta de 0,75% na semana, 3,85% no mês e 16,57% no ano.
No cenário da bolsa brasileira, o Ibovespa, principal índice da B3, apresentava leve queda de 0,08%, situando-se em 130.938 pontos. Isso, contudo, após uma leve alta de 0,03% no dia anterior, onde fechou em 131.043 pontos. No acumulado, o índice apresenta uma alta de 0,81% na semana, perdas de 0,59% no mês e um recuo de 2,34% no ano.
Diante desse cenário, os investidores, no entanto, permanecem cautelosos, avaliando os desdobramentos fiscais no Brasil e a instabilidade política nos Estados Unidos, que prometem influenciar o desempenho dos mercados nos próximos dias.