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Dólar e juros futuros vão às máximas após 'payroll' forte

A semana começou com o Ibovespa perdendo 0,69%, aos 131.816,44 pontos, uma queda de 913,92 pontos, na mínima do dia.

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A semana começou com o Ibovespa perdendo 0,69%, aos 131.816,44 pontos, uma queda de 913,92 pontos, na mínima do dia. Enquanto a semana começou, terminou o mês de setembro e o terceiro trimestre do ano, com direções opostas: setembro fechou com baixa de 3,08%, primeiro mês negativo desde maio, e o 3º trimestre acabou com alta de 6,38%, o primeiro trimestre do ano no azul.

 O Ibovespa iniciou o mês em alta na terça (1), sendo puxado pela alta de 2,67% da Petrobras (PETR4). O aumento nos conflitos do Oriente Médio fizeram que o petróleo subisse 3%, impulsionando as petroleiras. Militares israelenses disseram nesta terça-feira que mísseis foram lançados do Irã contra Israel. Sirenes soaram em todo o país e os israelenses correram para se abrigar. Repórteres da televisão estatal se deitaram no chão durante as transmissões ao vivo. No Brasil, o mercado acompanhou as divulgações do Índice de Confiança Empresarial e PMI Industrial, ambos referentes ao mês de setembro. Lá fora, a inflação na Zona do Euro foi  o destaque. O CPI desacelerou para menos de 2% em setembro pela primeira vez desde meados de 2021.

Na última sessão da  quarta-feira, 2, o Ibovespa fechou em alta de 0,77%, atingindo 133.514,94 pontos, com variação entre a mínima de 132.495,16 e a máxima de 134.921,66. O volume financeiro totalizou R$ 21,2 bilhões. A escalada do conflito no Oriente Médio, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometendo retaliar o bombeiro de mísseis balísticos do Irã contra o país, pressiona o preço do petróleo para cima. Isso porque a participação do Irã na guerra gera temores sobre o fornecimento de petróleo. A capital do país, Teerã, produz quase 4 milhões de barris por dia, colocando o Irã como o terceiro maior produtor dentre os membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), de acordo com dados da Administração de Informação e Energia (EIA).

O petróleo subiu mais de 3% no mercado internacional devido à escalada das tensões no Oriente Médio, o que gerou preocupações sobre o fornecimento da commodity.

A alta do petróleo futuro, de referência tipo Brent, que superou os US$ 90 por barril, também refletindo o temor de interrupções no transporte de energia na região do Golfo Pérsico.

Já na quinta-feira (03) o Ibovespa fechou em queda, mais do que devolvendo os ganhos dos últimos dois pregões, pressionado particularmente pela queda de 2% da Vale e preocupações com a cena fiscal, enquanto a Petrobras avançou na esteira da alta do petróleo no exterior. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,45%, a 131.581 pontos, tendo marcado 131.176,49 pontos na mínima e 133.513,79 pontos na máxima do dia, segundo dados preliminares. O volume financeiro somava 20,6 bilhões de reais antes dos ajustes finais.

O Ibovespa dessa sexta (04) abriu em queda de 0,09%, aos 131.556 pontos nesta sexta-feira (4). A abertura de negócios direciona holofotes para o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll. No Brasil, a antevéspera do primeiro turno das eleições municipais traz dados da balança comercial brasileira em setembro.

A reação ao payroll conduziu os ajustes do Índice Bovespa hoje. O relatório americano ajudou a medir o pulso da atividade e o possível ritmo de corte de juros nos EUA. O principal índice da B3 hoje não conseguiu acompanhar a alta das bolsas de Nova York.

Câmbio

Na segunda-feira (30), o dólar à vista fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,4491. No ano, a divisa norte-americana acumula elevação de 12,62% ante o real. O dólar à vista fechou em alta frente ao real na terça-feira (01), impulsionado pelo movimento global de busca por ativos seguros em meio à escalada do conflito no Oriente Médio, após o Irã realizar um ataque com mísseis a Israel. O receio de que o conflito entre israelenses e palestinos escale no Oriente Médio, com envolvimento de países fora da região, fez os preços do petróleo dispararem, o dólar acelerar ganhos ante outras divisas e os rendimentos dos Treasuries ampliarem as baixas – um efeito cascata da busca dos investidores por segurança.

Quando surgem episódios bélicos, os investidores acabam procurando mercados mais protegidos, mais seguros. Aí a tendência é que haja fuga para o mercado norte-americano. O dólar na quarta-feira (02) fechou em queda, enquanto investidores reagiram à decisão da Moody’s de elevar a nota de crédito do Brasil e deixar o país a um passo do “grau de investimento”. Nesta quarta-feira, a moeda americana encerrou o pregão em baixa de 0,35%, cotada a R$ 5,4448, depois de oscilar entre a máxima de R$ 5,4513 e a mínima de R$ 5,4060. Quando concedido o ‘grau de investimento’, que o país teve entre 2008 e 2015, o Brasil voltará ao grupo dos mercados mais ‘investíveis’, o que aumenta o volume negociado e impulsiona o mercado como um todo, tanto de renda variável quanto de renda fixa.

Já na quinta-feira (03), o dólar fechou em alta no Brasil, acompanhando o avanço firme da moeda norte-americana no exterior, com os investidores em busca de ativos mais seguros em função do acirramento do conflito no Oriente Médio. Hoje (04), o dólar iniciou o dia em alta de 0,59%, indo a R$ 5,507. O dólar turismo ia a R$ 5,72, após a divulgação dos dados do “payroll” mostrar um mercado de trabalho bastante aquecido. Tanto a geração de postos veio acima (com a criação de 254 mil vagas, contra estimativa de 150 mil) quanto o rendimento salarial (avançou 0,4% na relação mensal, contra 0,3% de expectativa). Já a taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%. A leitura dos agentes é que os dados fortes do mercado de trabalho americano diminuem as chances de um corte maior dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Às 12h17, o dólar à vista caía 0,25%, a R$ 5,4601 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,36%, a R$ 5,474 na venda. Nesta sessão, grande parte do foco dos mercados globais estava na divulgação do relatório de emprego de setembro dos EUA, que mostrou que os empregadores criaram 254.000 postos de trabalho no mês passado, de 159.000 vagas revisadas para cima em agosto. A taxa de desemprego, por sua vez, recuou para 4,1% em setembro, ante 4,2% no mês anterior. O resultado afastava as preocupações dos agentes financeiros com uma deterioração do mercado de trabalho norte-americano, evidenciando que a economia dos EUA continua robusta e possivelmente em processo de aceleração. O número mostra que o mercado de trabalho continua aquecido e vigoroso, afastando os temores de uma recessão.

Por Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil.