O dólar à vista encerrou esta segunda-feira (25) em leve queda de 0,15%, cotado a R$ 5,8055. A desvalorização reflete o otimismo do mercado externo, enquanto investidores no Brasil aguardam detalhes sobre o novo pacote fiscal do governo.
No exterior, o dólar foi pressionado pela baixa de 0,75% no índice DXY, que compara a moeda americana com uma cesta de seis divisas globais. O índice fechou em 106.809 pontos, influenciado por dois fatores principais: a escolha do investidor Scott Bessent como secretário do Tesouro dos EUA pelo presidente eleito Donald Trump e o avanço nas negociações para um possível cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hezbollah.
Bessent, conhecido por seu perfil conservador em política fiscal, trouxe confiança aos investidores ao sinalizar medidas mais rígidas para conter o déficit americano. Já as perspectivas de alívio nas tensões geopolíticas no Oriente Médio reduziram a busca por ativos considerados seguros, como o dólar.
Pressão interna pelo pacote fiscal
No Brasil, as atenções continuam voltadas para as ações do governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu hoje com ministros para discutir o plano fiscal, enquanto o mercado segue cauteloso após o bloqueio adicional de R$ 6 bilhões no orçamento anunciado na última sexta-feira (22).
Participaram da reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o chefe da Casa Civil, Rui Costa; a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck; e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gustavo Guimarães. As medidas buscam assegurar o cumprimento das regras do novo arcabouço fiscal, que estabelece um limite de crescimento para os gastos públicos.
“Estamos trabalhando para garantir a sustentabilidade das contas públicas e, ao mesmo tempo, preservar os investimentos essenciais para o país”.
afirmou Haddad após o encontro, sem detalhar os próximos passos.
Revisões no Boletim Focus
Enquanto isso, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que os analistas financeiros consultados elevaram novamente a projeção para a cotação do dólar em 2024, passando de R$ 5,60 para R$ 5,70. A revisão reflete preocupações com o ritmo de aprovação e implementação das medidas fiscais.
Além disso, o boletim apontou alta nas expectativas para a inflação e o crescimento econômico, indicando um cenário ainda incerto para a economia brasileira.