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Fiscal fraco poderá levar Brasil a uma deterioração, diz Fitch

A agência destaca que a política fiscal não está alinhada com o desempenho econômico, prevendo desafios para o governo federal em 2025.

fitch ratings brasil
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  • A Fitch Ratings sinalizou preocupações sobre a política fiscal do Brasil, afirmando que ela não está acompanhando o forte crescimento do PIB
  • Apesar do desempenho econômico robusto, a fragilidade fiscal pode afetar negativamente a classificação de risco do Brasil, atualmente em “BB”
  • A discordância entre a política fiscal e o crescimento econômico pode resultar em desafios futuros para a sustentabilidade financeira do país e a confiança dos investidores

A Fitch Ratings emitiu um alerta preocupante na última quinta-feira (26) sobre a situação fiscal do Brasil. Assim, afirmando que a política fiscal atual não está acompanhando o sólido desempenho da economia nacional. A agência destacou que, embora o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tenha sido robusto, a fragilidade da performance fiscal pode comprometer a classificação de risco do país, que atualmente se encontra em “BB”.

A análise da Fitch aponta que o desempenho fiscal ficou aquém das projeções orçamentárias iniciais para 2024, evidenciando um descompasso que pode gerar consequências negativas. Tentativas da área econômica de aumentar as receitas, como a utilização de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além da recuperação de dinheiro esquecido em contas bancárias, têm mostrado instabilidade, uma vez que essas medidas dependem de fontes extraordinárias e têm impactos temporários limitados.

“As principais medidas de receitas são transitórias ou têm benefícios incertos”, afirmou a Fitch em nota.

“Estas medidas improvisadas demonstram um compromisso com as metas fiscais, mas não oferecem melhorias fiscais estruturais.”

Crescimento dos gastos e projeções

Além disso, a Fitch destaca o crescimento dos gastos previdenciários, que superou as expectativas e resultou em cortes nas despesas discricionárias. Essa situação representa um desafio significativo para o governo, dificultando o cumprimento das metas fiscais estabelecidas para os próximos anos.

“A indexação e a atribuição de recursos manterão a pressão sobre as despesas sociais nos próximos anos, exigindo uma maior redução das despesas discricionárias para compensar o que poderá eventualmente tornar-se inviável”, disse.

A projeção da Fitch indica um aumento na relação dívida/PIB, que deve saltar de 74,4% em 2023 para 77,8% em 2024 e chegar a 83,9% até 2026. Esses números não apenas superam as previsões anteriores, mas também afastam o Brasil da mediana da categoria “BB”, que está em 55%. Diante desse cenário, a Fitch enfatiza a urgência de uma reavaliação das políticas fiscais. Dessa forma, para garantir a sustentabilidade econômica do país a longo prazo.

Esse alerta sublinha a necessidade de ações decisivas por parte do governo para alinhar suas políticas fiscais. Isto, ainda, ao crescimento econômico e assegurar a confiança dos investidores.

Fitch Ratings

A Fitch Ratings é uma das principais agências de classificação de risco do mundo, ao lado de Moody’s e Standard & Poor’s. Fundada em 1914, a Fitch se especializa em avaliar a solvência de emissores de dívida, como governos e empresas, atribuindo notas que refletem a capacidade desses emissores de honrar suas obrigações financeiras.

As classificações de crédito da Fitch são amplamente utilizadas por investidores para avaliar o risco associado a investimentos em títulos, ajudando a determinar as taxas de juros que os emissores devem pagar. A agência classifica entidades e instrumentos em uma escala que vai de ‘AAA’ (extremamente seguro) a ‘D’ (default), com as notas intermediárias indicando diferentes níveis de risco.

Além das classificações, a Fitch também fornece análises e relatórios sobre tendências econômicas e setoriais, contribuindo para a compreensão do ambiente financeiro global. Sua atuação é crucial para os mercados financeiros. Uma vez que influencia as decisões de investimento e a percepção de risco dos participantes do mercado.

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