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Impactos das eleições nos EUA: O futuro da Política Fiscal e do Federal Reserve

Analista destaca como os resultados das eleições podem moldar a política fiscal e exigir adaptações do Fed em um ambiente econômico.

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  • Francisco Nobre, economista da XP, prevê cortes de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros do Fed nas reuniões restantes de 2024, dependendo das condições econômicas
  • As eleições presidenciais nos EUA em 5 de novembro podem influenciar a política fiscal e exigir adaptações no Federal Reserve, conforme o vencedor
  • O crescimento econômico dos EUA está em torno de 3%, um índice robusto, mas com sinais de desaceleração moderada e inflação em arrefecimento
  • Embora a inflação esteja diminuindo, as empresas enfrentam dificuldades para repassar custos, o que pode impactar negativamente seus lucros
  • O mercado de trabalho continua saudável, com a redução gradual das pressões salariais, o que pode facilitar cortes nas taxas de juros
  • As expectativas do mercado estão em constante evolução, com investidores atentos a novos dados econômicos e ao resultado das eleições que moldarão o cenário futuro

À medida que os Estados Unidos divulgam novos dados econômicos, o foco se volta para como as eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro, podem impactar a política fiscal e as decisões do Federal Reserve (Fed). O economista Francisco Nobre, da XP, participou do Morning Call da instituição nesta quinta-feira (24) e compartilhou suas previsões.

Nobre acredita que há espaço para cortes nas taxas de juros, prevendo uma redução de 0,25 ponto percentual em cada uma das duas reuniões do Fed programadas para este ano.

“No curto prazo, parece viável reduzir a taxa de juros, mas as incertezas aumentam quando olhamos para 2025. Acredito que ainda teremos mais um corte de 1,00 ponto percentual, embora o cenário continue incerto e reativo às novas informações que surgirem”, explicou

Política fiscal futura

Ele destacou que o resultado das eleições poderá influenciar significativamente a política fiscal futura, levando o Fed a se adaptar a um novo contexto.

“Dependendo do vencedor, a política fiscal pode mudar, o que exigiria ajustes na abordagem do Fed”, apontou Nobre.

Sobre o recente Livro Bege do Fed, que foi divulgado nesta quarta-feira (24), o economista observou que os riscos estão equilibrados. Ele também notou um arrefecimento da pressão inflacionária, destacando que as empresas enfrentam dificuldades para repassar custos aos consumidores.

“A atividade econômica está estagnada, com uma desaceleração moderada em curso. O crescimento dos EUA gira em torno de 3%, o que ainda é um índice robusto”, ressaltou.

“Esse cenário pode resultar em uma inflação mais baixa, mas também pode impactar negativamente os lucros das empresas, criando uma perspectiva desafiadora para o crescimento corporativo”, acrescentou.

Reequilíbrio das pressões

Em relação ao mercado de trabalho, Nobre considerou que ele permanece saudável, com um reequilíbrio das pressões salariais.

“Isso é um sinal positivo, pois permite ao Fed cortar os juros de forma gradual, motivado pela desinflação, e não por uma deterioração da atividade econômica”, concluiu.

À medida que as eleições se aproximam, as expectativas do mercado permanecem em constante evolução, com investidores atentos a cada nova informação que possa moldar o futuro econômico dos EUA.

O economista

Francisco Nobre é um economista associado à XP Investimentos, uma das principais instituições financeiras do Brasil. Ele frequentemente participa de análises e discussões sobre a economia brasileira e internacional, especialmente em relação a políticas monetárias e fiscais, como as decisões do Federal Reserve (Fed) dos EUA. Nobre é conhecido por oferecer insights sobre tendências econômicas e previsões de mercado, contribuindo para a compreensão dos impactos econômicos em um cenário dinâmico.