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Lula planeja expandir políticas sociais para a classe média

Lula expressou preocupação com a ênfase em programas voltados para a baixa renda e busca expandir iniciativas para a classe média.

Lula coletiva
Lula coletiva
  • O presidente Lula expressou preocupação com a ênfase atual em programas para a baixa renda e planeja expandir políticas sociais para a classe média
  • O governo está estudando expandir o programa educacional “Pé-de-Meia” para 2 milhões de estudantes do ensino médio em escolas públicas
  • governo firmou parcerias com a Apex e o Sebrae para apoiar micro e pequenas empresas na exportação, com foco no Norte e Nordeste do Brasil
  • O governo enfrenta dificuldades para avançar em promessas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda e a regulamentação dos motoristas de aplicativo

Em reuniões internas no Palácio do Planalto, o presidente Lula expressou preocupação com a predominância de programas sociais voltados para a baixa renda. E, assim, sinalizou a intenção de ampliar a atuação do governo para a classe média, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo.

Segundo o periódico, Lula afirmou que muitos dos esforços do governo, atualmente, estão concentrados em atender as 43 milhões de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Contudo, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). No entanto, o presidente considera que é necessário diversificar os programas sociais para incluir também a classe média, com o objetivo de atender um público mais amplo e heterogêneo. Assim, diferente do foco exclusivo dos mandatos anteriores.

O jornal destaca que uma das iniciativas em estudo no governo é a expansão do programa “Pé-de-Meia”. Assim, atualmente voltado para estudantes do ensino médio em escolas públicas.

Plano de expansão

O plano é expandir o programa para 2 milhões de novos beneficiários, abrangendo todos os alunos dessa faixa etária no sistema público de ensino. No entanto, essa ampliação enfrenta desafios fiscais, especialmente em um contexto de restrição de gastos.

Apesar das dificuldades, o programa é bem avaliado pelo governo e tem sido considerado uma das principais inovações do terceiro mandato de Lula. O ministro da Educação, Camilo Santana, tem promovido o projeto em diversas regiões do Brasil, visando oferecer mais oportunidades aos estudantes.

A expansão do programa de educação, segundo O Globo, está alinhada ao desejo de Lula de aproximar o governo da classe média, principalmente por meio de investimentos em educação. O presidente tem repetido em discursos sua intenção de construir um “país com padrão de consumo, educação e transporte de classe média”, uma estratégia que busca atender a um público que valoriza estabilidade econômica e oportunidades de crescimento.

Além disso, outra medida em andamento para atrair a classe média é o apoio à exportação de pequenas empresas, especialmente no Norte e Nordeste. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), sob a liderança de Jorge Viana, assinou convênios com entidades empresariais e o Sebrae para apoiar micro e pequenas empresas na preparação de estratégias para exportação. Esses empreendedores representam cerca de 41% das empresas exportadoras no Brasil, e a expansão desse apoio pode fortalecer ainda mais o setor.

No entanto, enquanto o governo trabalha para ampliar seu apoio à classe média, algumas promessas de campanha de Lula ainda não avançaram. Uma das principais promessas é a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que o presidente pretende implementar até 2026. Atualmente, a isenção contempla apenas aqueles que recebem até dois salários mínimos, e a expansão depende da aprovação de cortes de gastos e ajustes no novo arcabouço fiscal.

Demais regularizações

Outro ponto de atrito é a regularização da profissão de motoristas de aplicativo, que gerou protestos e oposição dentro do próprio governo após o envio de um projeto de lei ao Congresso. De acordo com o jornal, o Ministério do Trabalho ainda não tem uma previsão para a votação da proposta, e o tema tem se tornado um ponto de desgaste entre o governo e a base aliada. Essa questão também tem atraído o apoio de forças políticas de direita, o que complica ainda mais a articulação governamental.

Apesar desses desafios, o governo avançou em algumas áreas, como no combate aos juros do rotativo do cartão de crédito. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um teto de 100% para as taxas sobre dívidas não pagas. Assim, limitando o valor máximo da dívida ao dobro do montante original. Essa medida tem como objetivo aliviar o impacto do endividamento para os consumidores.

O O Globo também ressalta que o governo enfrenta o desafio de se conectar com trabalhadores que ganham de 2 a 10 salários mínimos. Uma faixa da população que, segundo o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não se sente representada pelo PT atualmente. Padilha reconheceu que o partido precisa aprimorar seu discurso para atender as demandas dessa camada da população. Ainda, ressaltando que o governo está atento às mudanças nas prioridades desde o primeiro mandato de Lula.