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Ministro de Lula sugere substituir "alface por chicória" para controle da inflação

Luiz Marinho, propôs que os consumidores substituíssem alimentos caros, como a alface, por opções mais baratas, como a chicória, em resposta à alta da inflação

Foto/Reprodução: Ministério do Trabalho e Emprego
Foto/Reprodução: Ministério do Trabalho e Emprego

Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (30) em Brasília, o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ao comentar sobre o controle da inflação e diminuição de juros, em uma explicação sobre oferta e procura, sugeriu fazer uma substituição.

“A lei da oferta e procura também regula preço. Acho que é um processo pra sociedade, inclusive, refletir e muitas vezes à imprensa, diz ‘olha, tal coisa tá cara’, substitui por outra”.

disse o Ministro que frisou, em seguida, que se tratava apenas uma comparação.

O exemplo usado por Marinho foi o preço da alface e sugeriu que o item fosse trocado por outro, que estivesse mais barato, como a chicória.

A repercussão da fala do ministro na coletiva de quarta-feira, vai de encontro ao clima tenso em meio a reação significativa de investidores aos dados de desemprego, que foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com os dados, a taxa de desocupação caiu para 6,4% no 3º trimestre, o 2º menor nível da série histórica, iniciada em 2012.

Analistas do mercado financeiro alertam que o fortalecimento do mercado de trabalho poderá gerar pressão sobre a demanda, potencializando a inflação e exigindo uma resposta mais energética do Banco Central (BC). A taxa básica de juros, conhecida como Selic, está atualmente em 10,75% ao ano e apresenta uma trajetória de alta, embora o BC possa precisar implementar medidas adicionais.

Em tempo

Na mesma coletiva realizada ontem, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que poderá pedir demissão caso o governo Lula avance com cortes em benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego e a multa do FGTS. A ameaça ocorre em meio a um contexto de revisão de gastos que a equipe econômica do governo está considerando para equilibrar as contas públicas em 2024.

Marinho destacou que não foi consultado sobre as mudanças propostas. Mas questionado por jornalistas, deixou explícito que qualquer alteração na política trabalhista deve ocorrer com sua anuência.

“Se eu for agredido, é possível [pedir demissão]. Nunca fui. Estou dizendo que essa discussão não existe. Uma decisão sem minha participação em um tema meu é uma agressão”.

afirmou Luiz Marinho


As medidas sob análise incluem não apenas o seguro-desemprego e a multa rescisória do FGTS, mas também o abono salarial, itens essenciais para a proteção dos trabalhadores. Marinho, que tem uma longa história de parceria com Lula, desde os tempos do sindicalismo, ressaltou que “não há debate sobre cortar abono, seguro-desemprego ou acabar com a multa do FGTS”. Ele ainda mencionou que qualquer discussão sobre esses temas deveria ser precedida de uma conversa com ele.