- Mark Rutte, secretário-geral da Otan, alerta sobre soldados norte-coreanos na Rússia.
- Presença norte-coreana representa ameaça à segurança dos EUA.
- A preocupação surge com o possível retorno de Trump à presidência.
- Rutte destaca a importância do apoio ocidental à Ucrânia.
- Zelensky rejeita concessões a Putin, afirmando que seria suicídio para a Europa.
- EUA já contribuíram com US$ 90 bilhões para a Ucrânia.
Nesta quinta-feira (7), durante a cúpula da Comunidade Política Europeia (CPE) em Budapeste, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, fez um alerta contundente sobre a “ameaça” representada pela presença de soldados norte-coreanos na Rússia. Este movimento ocorre em um momento crítico, em que a possibilidade de Donald Trump reassumir a presidência dos Estados Unidos levanta preocupações sobre a continuidade do apoio norte-americano à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa.
Rutte enfatizou a importância do apoio ocidental à Ucrânia, afirmando que o resultado da guerra é crucial para a aliança transatlântica. “A presença de soldados norte-coreanos na Rússia representa uma ameaça para os Estados Unidos”, declarou Rutte, sublinhando que a Rússia está transferindo tecnologia militar para Pyongyang, que, segundo ele, “ameaça o futuro, o território continental dos Estados Unidos, Europa continental, e também nossos parceiros no Indo-Pacífico”.
As informações dos serviços de inteligência sul-coreanos indicam que cerca de 10.000 soldados norte-coreanos estão atualmente na Rússia, um fator que, segundo Rutte, poderia agravar ainda mais a situação. A colaboração entre Moscou e Pyongyang inclui o fornecimento de projéteis de artilharia e mísseis pela Coreia do Norte, complicando o panorama de segurança na região.
O temor do regresso de Trump à Casa Branca
O retorno de Trump à Casa Branca é visto com apreensão por líderes europeus, que temem uma possível diminuição do apoio dos EUA à Ucrânia, que já totaliza aproximadamente US$ 90 bilhões (R$ 518 bilhões) desde o início do conflito. “Precisamos garantir coletivamente que vamos enfrentar esta ameaça e manter a nossa parte do mundo segura”, destacou Rutte, enfatizando a necessidade de diálogo com Trump para reafirmar o compromisso dos EUA.
Durante a cúpula, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, rejeitou a ideia de que seu país deveria fazer concessões a Vladimir Putin como uma forma de encerrar o conflito.
“Isso é inaceitável para a Ucrânia e seria um suicídio para toda a Europa”.
afirmou Zelensky, ressaltando que a Ucrânia merece apoio contínuo diante da agressão russa.
A posição firme dos líderes europeus em relação ao apoio à Ucrânia é refletida nas declarações do presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, que afirmou: “A Ucrânia merece nosso apoio. Não importa se somos os Estados Unidos ou a Europa, porque ela foi brutalmente atacada”. O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, também enfatizou que, se os EUA decidirem mudar sua postura, isso não deve refletir nas políticas europeias.
Além do apoio financeiro, que já soma US$ 125 bilhões (R$ 720 bilhões) fornecidos por países europeus, os EUA também têm contribuído com um pacote substancial de armas sofisticadas para a Ucrânia. Esse suporte é visto como vital para a resistência ucraniana e para a estabilidade da segurança na Europa.
Enquanto a guerra avança, líderes europeus se reúnem para discutir estratégias que possam garantir um apoio contínuo à Ucrânia. A determinação da Otan em defender seus aliados e a importância de uma resposta unificada ao desafio imposto por Moscou e Pyongyang são temas centrais nas discussões em andamento. O futuro da aliança transatlântica e a segurança global dependem, em grande parte, da capacidade de resposta das potências ocidentais a essas ameaças emergentes.