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Petrobras (PETR4) cortará US$ 21 bi em investimentos para 2025, entenda

Apesar da pressão do governo para acelerar projetos, a Petrobras planeja reduzir significativamente seus investimentos no próximo ano.

Foto/Reprodução Petrobras
Foto/Reprodução Petrobras
  • A Petrobras já havia ajustado sua previsão de investimentos para 2024, inicialmente projetada em US$ 18,5 bilhões
  • Os cortes indicam um movimento mais cauteloso da estatal diante das dificuldades operacionais e financeiras
  • A ampliação das metas refletiu as pressões do governo federal para acelerar projetos e estimular a economia nacional
  • Segundo a estatal, o desempenho abaixo do esperado foi resultado de atrasos nas atividades de perfuração por falta de sondas e materiais

A Petrobras (PETR4) já havia ajustado sua previsão de investimentos para 2024, inicialmente projetada em US$ 18,5 bilhões, para um valor entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões. Esses cortes indicam um movimento mais cauteloso da estatal diante das dificuldades operacionais e financeiras.

No plano estratégico atual, a Petrobras havia anunciado investimentos de US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028. Dessa forma, um aumento de 31% em comparação com o ciclo anterior.

“Isso não será alcançado. A empresa vai buscar calibrar e equilibrar esse valor melhor”, disse uma das fontes.

“Não tem como sair de 14 bilhões em um ano para 21 bilhões no outro. Um aumento de 50% não vai e não tem como acontecer”, apontou outra fonte.

A ampliação das metas refletiu as pressões do governo federal para acelerar projetos e estimular a economia nacional. No entanto, as a execução das iniciativas está enfrentando entraves significativos.

Em 2023, a companhia também não alcançou as metas de investimento estabelecidas. Embora o planejamento previsse aportes de US$ 16,1 bilhões, a Petrobras investiu apenas US$ 12,7 bilhões. Registrando, assim, uma defasagem de 21%.

Segundo a estatal, o desempenho abaixo do esperado foi resultado de atrasos nas atividades de perfuração por falta de sondas e materiais. Além de replanejamento de projetos e licenciamento ambiental pendente em diversos poços exploratórios.

Barreiras operacionais

Mesmo com a intenção de acelerar projetos estratégicos e consolidar sua atuação em áreas como a Margem Equatorial, a Petrobras ainda enfrenta barreiras operacionais que limitam a velocidade de execução. Uma das fontes mencionou que a estatal precisa melhorar sua rede de suprimentos. E, assim, expandir fontes de financiamento com maior agilidade, a fim de evitar novos atrasos.

Além disso, a empresa lida com um contexto de volatilidade global nos preços de commodities e desafios internos, como a necessidade de alinhar seus interesses estratégicos. Dessa forma, consolidando com as expectativas do governo federal e de investidores.

“O que está previsto é calibrar melhor essas projeções de investimentos… As métricas mais rigorosas que são adotadas para produção têm que ser replicadas também nos investimentos”, declarou uma terceira fonte.

Equilibrar pressões externas

A Petrobras se encontra em uma posição delicada, precisando equilibrar pressões externas e internas enquanto busca realizar investimentos estratégicos essenciais para o crescimento do setor de energia no Brasil. Embora o governo pressione por aceleração dos projetos para estimular a economia, a estatal enfrenta limitações financeiras, desafios logísticos e entraves regulatórios que tornam difícil o cumprimento das metas originalmente propostas.

A divulgação do novo plano estratégico em novembro deverá fornecer mais clareza sobre as prioridades da empresa para o ciclo 2025-2029, mas os cortes já antecipados indicam que a Petrobras está optando por uma abordagem mais cautelosa, priorizando a sustentabilidade financeira em detrimento de uma expansão acelerada.