Mesmo com a economia mergulhada em recessão, empresas estão otimistas.
Em divulgações feita na terça-feira (29), foi informado que nos primeiros dias de presidência de Javier Milei, o chefe da América do Sul da Volkswagen não ficou satisfeito com ele.
A decisão de Milei para desvalorizar o peso depois de assumir o cargo em dezembro passado, seguida de medidas agressivas de austeridade, foi um remédio considerado muito necessário que arrastou a economia para a recessão.
Segundo informações, as empresas ficaram com saldos de caixa reduzidos e demanda fraca.
Muitas empresas foram prejudicadas pela mudança anterior da Argentina para políticas favoráveis ao mercado, que terminou em 2019 quando o partido peronista derrotou o presidente pró-negócios Mauricio Macri e retornou ao poder.
Investidores disseram que querem ver uma remoção completa dos controles cambiais antes de estarem dispostos a se comprometer.
Mesmo com a economia mergulhada em recessão, empresas estão otimistas de que uma recuperação incipiente não é mais um dos muitos falsos sinais na Argentina.
Milei: Dólar e risco-país caem na Argentina e Bolsa dispara
Após o anúncio de que o país irá receber um financiamento de US$ 8,8 bilhões do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), os ativos da Argentina voltaram a ter uma forte recuperação.
Na quinta-feira (24), o dólar blue caiu pelo segundo dia consecutivo. Já o dólar informal caiu 15 pesos no dia e, dessa forma, perdeu 30 pesos em dois dias, após três altas consecutivas. Assim, até agora esta semana acumulou uma queda de 10 pesos.
Segundo informações, o índice S&P Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, saltou 4,3%. Os American Depositary Receipts (ADRs) de empresas argentinas avançaram. O ADR do Banco Macro disparou 8,30% e o da Telecom Argentina avançou 4,76%, na Nasdaq, em Nova York. O Índice ADR Argentina do Bank of New York Mellon subiu 5,14%.
Argentina tenta realizar um ajuste econômico profundo sob o comando de Javier Milei, que tomou posse como presidente em dezembro de 2023.
Argentina lidera mercado cripto na América Latina e supera
A Argentina se consolidou como o maior mercado de criptomoedas da América Latina, ultrapassando o Brasil em volume de transações estimadas entre julho de 2023 e junho de 2024. De acordo com um relatório da Chainalysis publicado em 9 de outubro, os usuários argentinos movimentaram um total de US$ 91 bilhões em criptomoedas no período, enquanto o Brasil, que tradicionalmente liderava o setor na região, registrou US$ 90 bilhões em entradas totais.
Esse crescimento rápido no uso de criptomoedas na Argentina está intimamente ligado às dificuldades econômicas que o país enfrenta, principalmente a inflação galopante e a desvalorização da moeda local, o peso argentino. Em um cenário de incerteza financeira, muitos cidadãos buscaram alternativas para preservar seu patrimônio, recorrendo tanto ao dólar norte-americano quanto a stablecoins, criptomoedas com lastro em moedas fiduciárias, como formas de proteção contra a volatilidade econômica.
Argentinos buscam criptoativos em meio à inflação crescente
A instabilidade econômica da Argentina levou a uma adoção em massa de criptomoedas, fazendo do país um dos principais mercados do mundo para transações com stablecoins. O relatório da Chainalysis destacou que 61,8% das transações cripto na Argentina envolveram stablecoins entre julho de 2023 e junho de 2024, uma porcentagem superior à média global de 44,7% e próxima de 59,8% no Brasil. Esse número também coloca a Argentina atrás apenas da Colômbia, onde 66% das transações com criptomoedas envolvem stablecoins.
Esse alto volume de transações com stablecoins demonstra que os argentinos preferem esses ativos digitais como uma proteção contra a volatilidade do peso. O relatório também apontou um aumento nas transações de stablecoins em valores menores, abaixo de US$ 10.000, sugerindo que a população argentina, de maneira geral, está adotando essas moedas digitais para proteger suas finanças do impacto da inflação.
“A crescente demanda por stablecoins na Argentina mostra como o mercado cripto está desempenhando um papel vital em mercados instáveis, permitindo que os cidadãos assumam maior controle sobre seu futuro financeiro, independentemente das políticas monetárias oficiais”, afirmou o relatório da Chainalysis.
Stablecoins ganham destaque no mercado argentino
O aumento da demanda por stablecoins na Argentina chamou a atenção de grandes empresas do setor de criptomoedas, incluindo a Tether, emissora da stablecoin mais negociada do mundo, o USDT. A Tether tem concentrado esforços em mercados como a Argentina, reconhecendo a necessidade de um “dólar digital” em regiões onde a estabilidade econômica é incerta. O CEO da Tether, Paolo Ardoino, destacou a importância de fornecer soluções digitais para os cidadãos que buscam alternativas seguras para armazenar suas economias em moeda estrangeira.
“Essas pessoas querem manter o dólar, não em dinheiro, mas em formato digital, porque é muito mais conveniente”, afirmou Ardoino.
Argentina busca se tornar um país cripto-amigável
Além do aumento na adoção de criptomoedas, a Argentina também tem feito avanços para se posicionar como um país amigável às criptomoedas. Em 2023, o governo permitiu o uso do Bitcoin em contratos juridicamente vinculantes, após a eleição do presidente Javier Milei, que é conhecido por sua postura favorável ao Bitcoin e às criptomoedas.