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Selic deve subir em novembro com risco fiscal e inflação

selic impacta
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Os diretores do Banco Central concordaram que o início do ciclo de alta dos juros deveria ser “gradual” para se beneficiar do acompanhamento das informações sobre inflação.

Nesta terça-feira (24), os diretores do Banco Central concordaram que o início do ciclo de alta dos juros deveria ser “gradual” para se beneficiar do acompanhamento das informações sobre inflação, diante de um “contexto de incertezas“, porém reafirmaram seu “firme compromisso” de convergência da inflação às metas.

De acordo com comunicado, a informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, quando a taxa Selic subiu de 10,50% para 10,75% ao ano — um aumento de 0,25 ponto percentual. Foi a primeira alta em dois anos. 

“O Comitê julgou que o início do ciclo deveria ser gradual de forma a, por um lado, se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados, ainda mais em contexto de incertezas, tanto nos cenários externo como doméstico, mas, por outro lado, permitir que os mecanismos de transmissão da política monetária que possibilitarão a convergência da inflação à meta já comecem a atuar. Todos os membros do Comitê concordaram em iniciar gradualmente o ciclo de aperto de política monetária [alta dos juros]”, informou o BC, em ata. 

Copom eleva Selic para 10,75%

Nesta quarta-feira (18), o Copom anunciou o aumento na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), que passa de 10,5% para 10,75%.

Em comunicado sobre a decisão, a entidade monetária usou como justificativa a piora das expectativas do mercado sobre a inflação e depreciação do câmbio (valorização do dólar frente ao Real).

Segundo informações, a elevação de 0,25 ponto percentual, mais uma vez, corresponde às expectativas do mercado, mas não as da população e da União, que sofrerão ainda mais a sobrecarga dos juros elevados praticados pelo sistema financeiro no país.

“O Banco Central, por meio do Copom, segue praticando uma política monetária proibitiva para o desenvolvimento do país. Mesmo tendo sofrido algumas reduções, nos últimos dois anos, a Selic foi mantida elevadíssima, fazendo o Brasil figurar entre os três países com as maiores taxas de juros reais (que é o resultado da Selic menos a inflação) do mundo”, denuncia a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira.

Fed reduz taxa de juros dos EUA para 4,75%

Nesta quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed) anunciou um corte de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros do país, que fica agora na faixa de 4,75% e 5,00%.

De acordo com informações, essa é a primeira vez desde 2020 que a autoridade monetária reduz as taxas.

Em comunicado, o Fed disse que os dirigentes ganharam maior confiança de que a inflação está se movendo para a meta de 2%, e que os riscos para atingir os objetivos de números de emprego e inflação estão “aproximadamente equilibrado”.

“A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”, pontuou a autoridade monetária.

O Fed ainda pontuou que avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva em evolução e o equilíbrio de riscos, para definir os próximos passos dos juros.

Embora a expectativa de corte já estivesse no radar, o tamanho da redução surpreendeu especialistas. A decisão do Fed tende a impactar significativamente os mercados financeiros globais, incluindo o Brasil.

Federal Reserve montou equipe de especialistas em criptomoedas para supervisionar o setor

O vice-presidente do Federal Reserve, Michael Barr, anunciou nesta quinta-feira (9) que o Banco Central dos EUA está formando uma equipe de especialistas em criptomoedas para supervisionar o setor. Durante sua fala, Barr também destacou que muitos investidores em criptoativos têm perdido dinheiro em seus investimentos.

“Foi um lembrete para mim de que os ‘criptoativos’ não são mantidos apenas por pessoas com muito dinheiro para especular”, comentou Barr, apontando que cerca de 20% dos americanos já investem em criptomoedas.

As declarações de Barr chegam em um momento oportuno, já que o banco Silvergate anunciou na última quarta-feira (8) o encerramento de suas atividades por não suportar a pressão do mercado e dos reguladores. Barr também abordou a questão da regulamentação do setor, que ainda não foi resolvida entre agências governamentais como a SEC e a CFTC.

“Temos uma estrutura regulatória de serviços financeiros um tanto complicada nos EUA, e há várias autoridades reguladoras com supervisão das atividades de serviços financeiros. Mas sabemos o quanto é importante que as entidades interessadas em fornecer serviços financeiros com novas tecnologias se comprometam em igualdade de condições”, explicou.

Barr ressaltou ainda que as agências americanas estão trabalhando juntas para lidar com as criptomoedas, mas que os bancos devem adotar uma abordagem cuidadosa e cautelosa ao se envolver em atividades relacionadas ao setor.