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Sem simpatia: Encontro entre Lula e Milei no G20 é marcado por frieza e distanciamento

O primeiro contato entre os presidentes do Brasil e da Argentina gerou expectativas, mas a falta de cordialidade refletiram as tensões.

Lula e Milei no G20 - Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula e Milei no G20 - Foto: Ricardo Stuckert/PR
  • O presidente argentino, Javier Milei, chegou atrasado à Cúpula do G20, gerando especulações sobre sua participação
  • Lula e Milei trocaram um aperto de mão rápido e posaram sem gestos de cordialidade, mostrando distanciamento
  • O encontro evidenciou divergências entre as políticas econômicas e sociais de Brasil e Argentina
  • A Argentina não assinou a Aliança Global contra a Fome, afastando-se das propostas sociais do Brasil

O primeiro encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei, durante a Cúpula do G20, foi marcado por um clima de frieza e distanciamento, sem os gestos calorosos que frequentemente caracterizam encontros entre líderes internacionais. O presidente argentino, que chegou com atraso à cúpula, causou especulações sobre sua participação no evento, e sua interação com Lula acabou refletindo as tensões políticas entre os dois países vizinhos.

Milei foi um dos últimos líderes a desembarcar na reunião, chegando após figuras de peso como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping. Esse atraso alimentou rumores sobre a possível ausência do argentino na cúpula, especialmente porque sua delegação já havia se retirado recentemente da COP29 no Azerbaijão, em um gesto que evidenciou seu ceticismo em relação às questões climáticas globais.

Fez questão de comparecer

Apesar dos questionamentos, Milei fez questão de comparecer, mas o momento do cumprimento entre ele e Lula foi distante. Ao se encontrarem para a foto oficial, os dois presidentes trocaram um rápido aperto de mão e posaram sem a proximidade ou o sorriso que marcaram os encontros entre outros líderes. A imagem gerada, ao lado da primeira-dama brasileira, Rosângela Silva, ficou distante das cenas de cordialidade vistas com outros chefes de Estado durante o evento.

Esse episódio sublinhou as diferenças políticas entre Brasil e Argentina desde a chegada de Milei à presidência. O novo governo argentino, com sua agenda econômica de austeridade e um posicionamento mais alinhado com os interesses dos Estados Unidos, tem gerado divergências com o governo de Lula, que adota uma política voltada para a integração regional e a promoção de projetos sociais.

A troca de cumprimentos entre Lula e Milei, sem abraços ou gestos amigáveis, foi um reflexo claro dessas divisões. Enquanto o Brasil busca fortalecer laços com países da América Latina e enfatizar temas como a luta contra a pobreza e as mudanças climáticas, a postura de Milei tem sido mais voltada para a redução de gastos públicos e para a atração de investimentos externos, o que acaba entrando em conflito com a abordagem de integração defendida por Lula.

Argentina não assinou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O encontro também gerou repercussão por conta da decisão da Argentina de não assinar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um dos primeiros atos da cúpula. Esse episódio evidenciou ainda mais o afastamento da Argentina das propostas sociais que o Brasil tenta implementar na região. Milei adotou a postura de se afastar de iniciativas multilaterais para afirmar sua independência e seguir uma agenda mais alinhada com as potências globais do que com os países vizinhos da América Latina.

Em um evento onde líderes de todo o mundo trocaram cumprimentos calorosos e parcerias de imagem, o breve e impessoal contato entre Lula e Milei se destacou como um símbolo das tensões entre os dois governos. O clima frio e a falta de diálogo entre os dois presidentes alimentam a percepção de que a relação bilateral Brasil-Argentina pode enfrentar desafios nos próximos anos, à medida que as diferenças ideológicas e políticas se aprofundam.