- Nesta terça-feira (24), a compra de títulos do Tesouro Direto está suspensa devido à greve dos servidores responsáveis pela gestão do programa, que lutam por reajustes salariais
- A paralisação afeta todo o sistema financeiro, impossibilitando bancos e corretoras de realizar a comercialização de títulos do Tesouro Direto nesta data
- Os agendamentos de compra programados para hoje serão automaticamente cancelados, impactando os investidores que planejavam adquirir novos títulos
Nesta terça-feira (24), a compra de títulos do Tesouro Direto estará suspensa, uma vez que os investidores não poderão realizar novas aquisições devido à paralisação dos servidores responsáveis pela gestão do programa. Os profissionais, que representam a carreira de Finanças e Controle, estão em greve desde o início de agosto. Assim, lutando pela inclusão de reajustes salariais na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Orçamento de 2025.
O Tesouro Direto informou que a suspensão afeta todo o sistema financeiro, impossibilitando bancos e corretoras de comercializar títulos nesta data. Os agendamentos de compra que foram programados para hoje serão automaticamente cancelados. Em nota, a instituição sugere que os investidores reprogramem suas aquisições para quarta-feira, 25. Apesar da interrupção nas compras de novos títulos, os investidores ainda poderão realizar agendamentos para outras datas e efetuar resgates antecipados.
“Ou seja, os investidores poderão resgatar seus investimentos normalmente no Programa, caso desejem”, afirma o Tesouro em nota.
A greve
O Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) coordena a greve e busca pressionar o governo a reabrir as negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Os servidores alegam que a carreira de Finanças e Controle é uma das poucas no Executivo Federal que ainda não estabeleceu um acordo salarial com o governo. Em nota, o Unacon Sindical expressou que os trabalhadores estão reivindicando avanços nas discussões. E, assim, incluindo questões que não têm impacto financeiro imediato. Como a manutenção dos níveis atuais da tabela de progressão e a exigência de nível superior para o cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle.
Os desdobramentos dessa paralisação podem impactar a confiança dos investidores no programa e geram preocupação sobre a capacidade do Tesouro Direto de atender às demandas do mercado em um momento econômico delicado.
Notícias Relacionadas
Tesouro Direto têm segundo maior valor mensal da história
As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 6,43 bilhões em julho, divulgou nesta segunda-feira (9) o Tesouro Nacional. Esse é o segundo maior valor mensal desde a criação do programa, em 2002, só perdendo para março de 2023, quando as vendas tinham somado R$ 6,84 bilhões e bateram recorde.
Em relação a junho, as vendas subiram 13,2%. Na comparação com julho do ano passado, o volume cresceu 80,04%.
Dois fatores contribuíram para o alto volume de vendas em julho. O primeiro foi a recompra pelo Tesouro de títulos corrigidos pela Taxa Selic (juros básicos da economia), que foram trocados por papéis novos. O segundo foi a forte emissão de títulos corrigidos pela inflação, cujas emissões mensais bateram recorde mensal e atingiram R$ 2,32 bilhões.
Busca por Tesouro IPCA
Os títulos mais procurados pelos investidores em julho foram os corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 42,5%. Os títulos vinculados à Selic (juros básicos da economia) corresponderam a 38,9% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 14,1%.
Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023, respondeu por 3% das vendas. Criado em agosto do ano passado, o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,5% das vendas.
O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo patamar atual da Taxa Selic. Em julho de 2021, o Banco Central (BC) começou a elevar a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, ficou em 13,75% ao ano entre janeiro de 2022 e agosto de 2023. Mesmo com as quedas recentes nos juros básicos, atualmente em 10,5% ao ano, as taxas continuam atrativas e podem voltar a subir na reunião do Comitê de Política Monetária em setembro.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 145,39 bilhões no fim de julho, aumento de 1,53% em relação ao mês anterior (R$ 143,19 bilhões) e de 21,17% na comparação com julho do ano passado (R$ 119,98 bilhões). Essa alta ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 1 bilhão no último mês.
