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Volume de negociações da B3 cai 3,9% em outubro, entenda

Apesar da queda no volume, a B3 registra crescimento no número de contas e investidores, além de aumento na capitalização de mercado.

carteira do Ibovespa B3
carteira do Ibovespa B3
  • O volume médio de negociações na B3 caiu 3,9% em outubro de 2024, com R$ 22,3 bilhões em transações, em comparação com o mesmo mês de 2023
  • A B3 registrou um aumento de 5,6% no número de contas na depositária, atingindo 6,045 milhões, com 5,230 milhões de investidores individuais, uma alta de 6,9%
  • A capitalização média de mercado na B3 cresceu 7,8% em 12 meses, chegando a R$ 4,530 trilhões, indicando valorização das ações das empresas listadas
  • O volume médio diário no segmento de futuros (juros, moedas e mercadorias) caiu 26%, totalizando R$ 5,578 bilhões, enquanto a receita por contrato aumentou 23,4%
  • As novas emissões de renda fixa no mercado de balcão aumentaram 17,2%, totalizando R$ 1,762 trilhão, enquanto o estoque cresceu 25,4%, para R$ 7,576 trilhões

A B3 (B3SA3) registrou uma queda de 3,9% no volume financeiro médio negociado em outubro de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior. O valor ficou em R$ 22,306 bilhões, refletindo uma desaceleração no mercado de ações da bolsa brasileira. Em relação a setembro, a diminuição foi de 3,1%. Apesar da redução no volume de transações, a B3 apresentou resultados positivos em outras áreas, com crescimento no número de investidores e na capitalização de mercado, além de avanços no mercado de renda fixa e futuros.

Volume de negociações e queda nos contratos de futuros

O mês de outubro teve um desempenho abaixo das expectativas no que diz respeito ao volume de negócios no mercado de ações, que ficou abaixo dos R$ 23 bilhões. A redução é observada em comparação com o volume médio de R$ 23,2 bilhões registrados em outubro de 2023. Embora o volume tenha recuado, o número de contas e investidores na B3 tem mostrado uma tendência de crescimento, refletindo um comportamento mais resiliente no mercado.

No segmento de futuros, que abrange operações com juros, moedas e mercadorias, o volume médio diário caiu ainda mais acentuadamente: uma queda de 26%, com o valor ficando em R$ 5,578 bilhões.

Esse segmento tem experimentado uma desaceleração em sua liquidez, impactando diretamente os volumes transacionados na B3. No entanto, a receita média por contrato no segmento de futuros teve um desempenho positivo, registrando uma alta anual de 23,4%, alcançando R$ 1,638.

Crescimento no número de investidores e contas

Em contrapartida, a B3 obteve um crescimento importante no número de contas e investidores individuais. O total de contas na depositária alcançou 6,045 milhões, o que representa um aumento de 5,6% em relação ao ano passado. O número de investidores individuais também subiu para 5,230 milhões, marcando um crescimento expressivo de 6,9% no comparativo anual. Esses números indicam uma expansão da base de investidores da bolsa, o que pode sugerir um aumento no interesse do investidor de varejo, apesar da queda no volume negociado.

Capitalização de mercado e mudanças no número de empresas listadas

A B3 também reportou um aumento na capitalização média de mercado, que chegou a R$ 4,530 trilhões, uma alta de 7,8% em comparação ao mesmo período de 2023. Isso demonstra que, apesar da queda nos volumes de negociação, o valor total das empresas listadas na bolsa tem mostrado um crescimento robusto. A capitalização de mercado reflete a valorização das ações das empresas e é um dos principais indicadores do desempenho do mercado de capitais.

Por outro lado, o número de empresas listadas na B3 caiu de 449 para 426 no último ano. Esse declínio pode ser atribuído a diversos fatores, como fusões, aquisições e ofertas públicas de ações (IPOs) mais limitadas. A queda no número de empresas pode também refletir um momento de cautela no mercado, com menos empresas buscando abrir capital ou mantendo sua listagem na bolsa.

Mercado de renda fixa em alta

Outro ponto positivo foi o desempenho do mercado de balcão, especialmente no que diz respeito às emissões de renda fixa. As novas emissões de títulos de renda fixa cresceram 17,2% em outubro de 2024 na comparação anual, totalizando R$ 1,762 trilhão. 

Esse aumento reflete uma busca por alternativas de investimento mais conservadoras, à medida que investidores se protegem da volatilidade do mercado de ações. O estoque de emissões de renda fixa também subiu 25,4%, alcançando R$ 7,576 trilhões, o que evidencia o fortalecimento desse mercado no Brasil.

Perspectivas para o futuro

Apesar da queda no volume negociado, o crescimento no número de investidores e na capitalização das empresas listadas indica uma base sólida para o mercado de ações brasileiro. A B3 continua a ser um ponto focal de investimentos, com uma infraestrutura robusta que atrai tanto investidores domésticos quanto estrangeiros. O mercado de futuros e o segmento de renda fixa devem continuar sendo áreas de atenção, com a expectativa de que o volume de transações se recupere à medida que o cenário econômico se estabilize.

Em resumo, a B3 enfrentou um outubro desafiador em termos de volume de negociações, mas apresentou sinais positivos em outras métricas, como o aumento no número de investidores e na capitalização de mercado. O cenário permanece de cautela, mas o crescimento em segmentos específicos sugere que o mercado brasileiro ainda tem potencial para se expandir nos próximos meses.