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Clube de Investimento regras | Clube de Investimento custos

Se você tem interesse em saber o que é um Clube de Investimento, como abrir um, quais são suas regras, custos e demais detalhes, então acompanhe todas as informações a seguir.

Clube de Investimento regras
GDI CLUBE DE INVESTIMENTO

Se você tem interesse em saber o que é um Clube de Investimento, como abrir um, quais são suas regras, custos e demais detalhes, então acompanhe todas as informações coletadas pelo Guia do Investidor.

O que é um Clube de Investimento?

Um Clube de Investimento pode ser descrito como uma modalidade de investimento coletivo formado por, no mínimo, 3 pessoas até, no máximo, 50.

O intuito desse tipo de grupo é permitir que o pequeno investidor tenha uma maneira de acessar o mercado de capitais com mais recursos.

O patrimônio do clube é dividido em cotas. Para participar, cada membro deve comprar uma quantidade dessas cotas, limitado a menos de 40% do volume total. O rendimento ocorre de acordo com a valorização delas. Por conta dessas características, o Clube de Investimento funciona como um condomínio aberto.

A gestão é dividida entre os participantes do clube e uma administradora, que pode ser uma sociedade distribuidora, sociedade corretora, distribuidora de títulos, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento, por exemplo.

Clube de Investimento: o que é, regras, custos e mais

Como funciona?

O Clube de Investimento conta com uma carteira, cujo foco se dá principalmente em renda variável. Por isso, além de não ter uma garantia de rentabilidade, a carteira possui um perfil mais agressivo ou arrojado.

A carteira pode contar com a alocação feita por um profissional autorizado pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Mas também pode ser feita por um membro do Clube sem certificação profissional, desde que este não tenha remuneração pelo serviço.

Além disso, esse tipo de grupo exige uma participação mais ativa dos cotistas na decisão do clube. Assim, a experiência permite absorver aprendizados na gestão ao invés de apenas acompanhar os resultados passivamente.

Embora tenha semelhanças com um Fundo de Investimento, é importante destacar que um Clube se trata de algo diferente, visto que possui suas próprias características como veremos a seguir.

Clube de Investimento: o que é, regras, custos e mais

Diferenças entre um Clube e um Fundo de Investimento

Embora diferentes, um Fundo e um Clube de Investimento possuem como semelhança: a participação via compra de cotas, a existência de uma carteira do grupo, além da presença de um gestor para alocação da carteira.

Falando sobre as diferenças, a mais marcante envolve o número de participantes. Afinal, um Clube de Investimento possui um número limitado de participantes, enquanto um Fundo não possui essa barreira.

Outro ponto — que não chega a ser uma regra de fato — é que um Clube acaba reunindo conhecidos, amigos ou familiares. Já um Fundo reúne pessoas com o mesmo interesse de investimentos sem a necessidade de existir algum outro vínculo anterior.

Além disso, a gestão de um Clube tem co-participação entre os membros e a instituição financeira administradora. No caso de um Fundo, por outro lado, apenas a instituição financeira executa um papel de gestão.

Por causa disso, um membro de um Clube de Investimento possui gestão ativa nas decisões do grupo. Em relação a um Fundo, por sua vez, os membros não têm essa autonomia para tomar uma decisão.

Sobre as regulações, um Fundo de Investimento conta com normas mais rígidas. Enquanto isso, o Clube de Investimentos possui regras mais brandas, porém possui algumas restrições específicas também.

CLUBE FUNDO
Participação Cotas Cotas
Número de Participantes Mínimo: 3
Máximo: 50
Sem limites
Carteira Foco principal em ações ou renda variável Depende. Há Fundos focados em renda fixa, renda variável,
multimercado, entre outros
Gestor da carteira Duas opções
—Profissional certificado
—Membro do clube¹
Profissional certificado, apenas
Gestão Co-gestão
—Membros do clube
—Instituição financeira
Instituição financeira, apenas
Autonomia Cotistas têm participação ativa na gestão Cotistas não têm participação na gestão
O membro do clube não precisa de certificado, desde que também não seja remunerado pelo serviço.
Clube de Investimento: o que é, regras, custos e mais

Quem pode participar de um Clube de Investimentos?

Para participar de um Clube de Investimento, qualquer pessoa pode ser aceita. Inclusive, pessoas sem experiência no mercado financeiro podem fazer parte.

Como a ideia é reunir investidores com poucos recursos para operar coletivamente por uma carteira com volumes maiores, vale dizer que não existe uma regra de valor mínimo para entrar. Na verdade, isso irá variar conforme os custos que o Clube possa ter, já que todos os membros devem arcar com isso.

Dessa forma, o principal critério envolve o perfil do investidor, que deve ser alinhado com a proposta de alocação do Clube. Ainda assim, como a carteira dessa modalidade de investimento deve ser composta por, pelo menos, 67% em ações, vale destacar que o interessado deve ter um perfil de investimento agressivo/arrojado.

Caso não saiba o que isso significa, um investidor com perfil agressivo/arrojado se trata de alguém que prioriza investimentos que apresentem maior retorno, mesmo que exista mais risco envolvido.

Ele costuma ser o oposto do investidor conservador, que prefere opções com mais segurança, mesmo que apresente uma rentabilidade mais baixa.

Quem pode ser gestor de um Clube de Investimentos?

Para gestão da carteira, existem duas opções. A primeira é o Clube contratar um profissional com certificação e credenciamento pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seja pessoa física ou jurídica, para tomar a decisão de alocação dos recursos.

Por conta das qualificações, há um custo adicional, como a taxa de administração e a taxa de performance, por exemplo.

A segunda opção é escolher um membro do Clube para ser o gestor da carteira. Se ele não for remunerado pelo serviço, as exigências são mais brandas, como a dispensa por uma certificação e credenciamento da CVM para atuar, por exemplo.

Do contrário, os critérios exigidos pela autoridade são os seguintes, segundo o artigo 4º da Instrução 306/1999:

  • Graduação em curso superior no País ou no exterior por instituição reconhecida oficialmente;
  • Experiência profissional de 3 anos em atividade de gestão de recursos de terceiros no mercado financeiro ou de 5 anos no mercado de capitais em função que comprove aptidão para alocação de montantes;
  • Reputação ilibada.

Independente se a escolha for um profissional contratado ou um membro do grupo, algumas das funções que o gestor deve cumprir são:

  • Abertura da conta;
  • Registro na bolsa de valores brasileira, a B3;
  • Cálculo diário do valor das cotas;
  • Retenção do Imposto de Renda;
  • Preparação de balanços;
  • Fazer as decisões estratégicas sobre os ativos nos quais o clube vai investir.
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Onde o Clube de Investimento pode investir?

A princípio, já sabemos que a carteira de um Clube de Investimento possui a maior parte de sua composição em Renda Variável. Olhando mais detalhadamente, ao menos 67% do patrimônio líquido deve estar investido em:

  • Ações;
  • Debêntures conversíveis em ações;
  • Bônus de subscrição;
  • Recibos de subscrição;
  • Exchange Traded Funds (ETFs);
  • Certificados de depósitos de ações.

Enquanto isso, o restante da composição da carteira pode contar com investimentos em outras modalidades. Algumas das opções possíveis, por exemplo, são:

  • Títulos públicos;
  • Títulos privados;
  • Outros valores mobiliários de emissão de companhias abertas;
  • Compra de opções;
  • Cotas de fundos de investimentos a curto prazo, referenciado ou de renda fixa.
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Como abrir um Clube de Investimento?

Para abrir um Clube de Investimento, o primeiro passo é reunir um grupo de interessados dentro da quantidade de participantes permitidos (de 3 a 50 pessoas).

Em seguida, será necessário abrir uma conta em uma corretora, que pode ser uma sociedade corretora, sociedade distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo.

Vale dizer que a corretora escolhida terá um papel como administrador e será o responsável pelo conjunto de atividades e de serviços relacionados direta e indiretamente ao seu funcionamento e manutenção.

Depois disso, é preciso definir as regras que irão compor o estatuto social. Alguns pontos que devem fazer parte desse documento são os seguintes:

  • Valor de aplicação inicial para cada cotista;
  • Política e valores dos aportes mensais;
  • Políticas de investimentos, ou seja, quais operações serão permitidas, quanto deve ser alocado em ações e na renda fixa, quais serão as preferências das aplicações financeiras, etc.;
  • Prazo de funcionamento do clube de investimento;
  • Tipo de remuneração do administrador da carteira;
  • Cláusulas de encerramento do clube ou dissolução;
  • Critérios de cálculo da cota;
  • Política de conduta dos cotistas e procedimentos em casos de morte ou incapacitação;
  • Detalhes sobre a ocorrência das reuniões e tomadas de decisão, e convocações para assembleias.

Além disso, é necessário criar um nome que contenha a expressão “Clube de Investimento”, afinal o termo é uma exigência da CVM.

Após isso, basta encaminhar o estatuto social para aprovação da Comissão de Valores Mobiliários.

Com a autorização da criação feita, o aporte inicial será transferido para o clube e ele se transformará em cotas, de acordo com o capital aplicado.

Clube de Investimento: o que é, regras, custos e mais

Quais são os impostos e custos envolvidos?

Falando sobre os custos de um Clube de Investimentos, podemos mencionar o Imposto de Renda (IR), a taxa de administração e a taxa de performance.

A princípio, a cobrança de impostos para essa modalidade é mais simplificada. A tributação acontece somente no resgate das cotas, onde incide em 15% sobre o lucro.

Ainda assim, existem diferenças. Afinal, a incidência também irá depender do tipo de aplicações financeiras em que os recursos serão alocados.

Além disso, existe o custo do gestor da carteira, caso ele seja remunerado. Nesse caso, deve-se considerar a taxa de administração e de performance.

Para lidar com essa atividade, é responsabilidade do administrador fazer o recolhimento. Ao mesmo tempo, ele também deve informar aos membros quantas cotas eles têm e o valor patrimonial.

Ademais, o administrador será o responsável por encaminhar o comprovante para declaração do IR até o último dia de fevereiro de cada ano.

Clube de Investimento: o que é, regras, custos e mais

Quais são as regras de um Clube de Investimento?

Um Clube de Investimento deve seguir três diretrizes: as regras do Estatuto Social, as normas da B3 e da CVM.

Por meio delas, o clube determina como será seu o funcionamento interno, critérios para resgate, além de estar sob regulamentação e fiscalização das autoridades da Bolsa.

Inclusive, na própria elaboração do Estatuto Social, existem regras que devem estar presentes obrigatoriamente. São elas:

  • Nenhum participante pode ter mais do que 40% das cotas do clube;
  • O grupo deve ter uma carteira composta por, pelo menos, 67% de ações;
  • O restante pode ter aplicação em fundos de renda fixa ou derivativos;
  • A administração do clube pode ser realizada por um dos cotistas, mediante eleição realizada durante assembleia;
  • O clube deve cumprir com as obrigações contábeis, como por exemplo relatórios de despesas e classificação de ativos e passivos;
  • As transações devem ser realizadas por uma corretora;
  • Será descontada uma alíquota de 15% a cada seis meses.
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Quando vale a pena montar um Clube de Investimento?

Com base no que vimos, um Clube de Investimento vale a pena caso você consiga reunir um grupo de investidores que tenha o mesmo objetivo e alinhamento de investimentos. Nesse ponto, aliás, podem existir pessoas com diferentes níveis de conhecimento sobre o mercado financeiro entre os membros.

Ao mesmo tempo, os custos são outro ponto relevante, visto que as taxas de administração e performance, caso haja um profissional envolvido, podem definir qual é o valor mínimo para tornar o Clube viável.

Além disso, é preciso considerar que os membros devam mostrar a intenção de ter uma participação ativa no Clube. Afinal, as decisões sobre quem será o gestor da carteira, diretrizes de investimento, critérios de resgate, entre outros, ocorrem através de assembleia-geral.

Caso não seja viável ter um compromisso desse tipo, talvez um fundo de investimento seja a solução alternativa, visto que o papel do cotista é mais passivo.

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Bancos e Corretoras que possuem serviços para Clube de Investimento

Em resumo, algumas das corretoras e bancos que já apresentam serviços para Clubes de Investimento são as seguintes:

CORRETORAS

BANCOS

  • BNP Paribas
  • BTG Pactual
  • Credit Suisse
  • Daycoval
  • Fator
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