Criptomoedas

Criador da Cardano sugere rede social sem censura no Brasil

Fundador da Cardano, Charles Hoskinson, propõe rede social descentralizada após bloqueio do Twitter no Brasil.

cardano unsplash
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Charles Hoskinson, fundador da criptomoeda Cardano (ADA), expressou preocupação com o bloqueio da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, chamando a medida de “censura”. Em resposta, Hoskinson sugeriu a criação de uma rede social descentralizada como solução para garantir a liberdade de expressão e evitar que plataformas centralizadas sejam alvo de decisões judiciais que afetem a comunicação dos usuários.

A declaração de Hoskinson veio após o embaixador da Cardano, Mauro Andreli, mencionar que um evento realizado em São Paulo não poderia ser divulgado no X devido ao bloqueio da plataforma no Brasil. “Por favor, estendam nossas saudações aos nossos amigos no Brasil, que estão hospedando o workshop em São Paulo. Infelizmente, eles não podem compartilhá-lo devido às restrições à liberdade de expressão após a proibição de X no país”, escreveu Andreli.

Desde o último sábado (31), a rede social X está inacessível no Brasil por determinação da Justiça. Além do bloqueio, há uma multa de R$ 50.000 para quem acessar a plataforma utilizando VPNs ou outros métodos de contorno.

Preocupação com a Censura e Proposta de Descentralização

Charles Hoskinson, que tem mantido uma boa relação com a comunidade brasileira, criticou duramente o banimento do Twitter no Brasil. Ele afirmou que a criação de uma rede social descentralizada poderia ser a resposta para evitar censuras e garantir uma internet mais livre. “As consequências da censura e por que a descentralização é importante”, declarou Hoskinson, enfatizando a necessidade de uma abordagem descentralizada que proteja a liberdade de expressão.

Hoskinson elogiou o trabalho da comunidade brasileira e afirmou que, mesmo com a proibição, os esforços dos brasileiros continuarão a ser valiosos. “Embora o Brasil tenha silenciado nossos irmãos e irmãs no X, o trabalho deles continuará existindo e será importante para todos nós”, escreveu. Ele também expressou entusiasmo em ver os representantes brasileiros na próxima convenção e reforçou seu desejo de recrutar brasileiros para ajudar a construir uma nova rede social descentralizada.

O Contexto da Descentralização e Soluções Propostas

A proposta de Hoskinson de criar uma rede social descentralizada reflete um movimento crescente dentro do mundo das criptomoedas e da tecnologia blockchain, onde a descentralização é vista como uma forma de proteger as plataformas contra controle centralizado. Assim como ocorre com as criptomoedas, uma rede social descentralizada seria resistente a censuras e ataques, pois não haveria um ponto central que pudesse ser derrubado ou controlado.

Atualmente, um dos projetos mais conhecidos nesse campo é o Nostr, uma rede social descentralizada criada por um brasileiro. O Nostr tem recebido apoio significativo de figuras proeminentes, incluindo Jack Dorsey, fundador do Twitter e do BlueSky. Mesmo antes do bloqueio do Twitter no Brasil, o especialista em Bitcoin Jimmy Song já havia destacado as vantagens estruturais do Nostr, afirmando que, apesar da popularidade do X sob a gestão de Elon Musk, a plataforma ainda é centralizada e vulnerável a censura.

Desafios e Oportunidades para Redes Sociais Descentralizadas

A censura ao X no Brasil coloca em evidência a importância da descentralização como meio de proteger a liberdade de expressão na internet. Redes descentralizadas, como o Nostr, apresentam uma alternativa atraente para quem busca maior autonomia e segurança nas comunicações digitais. No entanto, como evidenciado pelos comentários de Hoskinson, há ainda um longo caminho a percorrer em termos de conscientização e adoção dessas plataformas.

Hoskinson acredita que, com o apoio da comunidade global e a colaboração de desenvolvedores brasileiros, será possível construir uma rede social que resista a censuras e garanta uma comunicação mais livre e segura. Ele reforçou a necessidade de iniciativas que coloquem o controle nas mãos dos usuários, em vez de depender de entidades centralizadas que podem ser afetadas por decisões judiciais ou regulamentações rígidas.

Para a comunidade de criptomoedas e tecnologia, a situação no Brasil serve como um alerta sobre os riscos da centralização e a necessidade de alternativas descentralizadas para garantir a liberdade digital. À medida que mais desenvolvedores e usuários se conscientizam dessas soluções, o potencial de redes descentralizadas como o Nostr e as propostas de Hoskinson poderão ganhar tração, oferecendo novas formas de interação e comunicação livres de censura.