Você sabe o que é um eVTOL? Conheça "os carros voadores" do futuro.

Processo de desenvolvimento

Os eVTOL estão sendo desenvolvidos e estudados em diversas partes do mundo. Na Europa, por exemplo, já existe regulamentação para que essas aeronaves possam funcionar.

Mas e no Brasil? Em que pé estamos? Acima, falamos o custo de fabricação exposto pela Eve, subsidiária da Embraer. Então, podem ter esperanças: aqui no nosso país, temos um forte investimento nesse novo meio de transporte.

O CEO da Eve, André Stein, afirma que estão sendo desenvolvidas não só as aeronaves, mas também toda a questão de suporte e controle do tráfego aéreo urbano.

Controle do tráfego aéreo urbano

Vale ressaltar a importância de focar nisso também, uma vez que um meio de transporte envolve segurança e mobilidade! Então, o significado de trazer um eVTOL para o dia a dia não é só sobre transportar, e sim trazer qualidade nesse transporte, sem afetar a urbanização.

Existem outras aeronaves no ar, por isso, o fluxo de eVTOLs deve ser controlado. Em tese, a área livre para a circulação destes deverá ser o espaço livre entre os corredores de helicópteros – que alcançam 150 metros de altitude – e os aviões comerciais – que voam em cerca de 12 mil metros de altitude.

Então, toda essa área entre precisará, de fato, de um controle e desenvolvimento. Não queremos acabar engarrafados que nem os Jetsons, não é?

No mais, os eVTOLs contam com a tecnologia da Embraer, trabalhando com os engenheiros e toda a infraestrutura que essa gigantesca multinacional possui.

Algo fundamental para o desenvolvimento do projeto foi a aprovação pela ANAC na entrada ao processo de certificação. Assim, um grande marco se inicia, pois a agência engaja recursos, entregando muito mais motivação para o seguimento do projeto. Stein também afirma que estão trabalhando com a FAA, dos Estados Unidos e a ASA, da Europa.

Logo, é incrível ver como nosso país está avançado nesse processo, sendo um dos poucos que está desenvolvendo um projeto sério, real, em larga escala e que aspira estar dominando os céus já nessa década. O significado disso você já sabe: o eVTOL estará presente nas nossas vidas.

Outras empresas

Nosso foco aqui está sendo abordar o serviço da Embraer, mas outras empresas também estão produzindo eVTOL, o significado disso não deixa de ser interessante, pois com mais ofertas, existirá uma popularização mais rápida do serviço. Por isso, traremos algumas informações sobre o processo de desenvolvimento de outras empresas.

A empresa Air, fundada em Israel, recentemente divulgou um vídeo do seu modelo de eVTOL completando seu primeiro voo de transição. Assim, o modelo Air One descola, paira e faz a transição para o modo cruzeiro sem ter problemas, estando carregado com capacidade total, de 1,1 tonelada.

Esse foi considerado um marco importante no processo de desenvolvimento dessas aeronaves, e a empresa planeja em breve fazer o primeiro voo em escala real com passageiros no primeiro trimestre de 2023.

Além da Air, recentemente a NASA, que também trabalha com eVTOL, simulou a queda de uma aeronave. Este foi um teste para checar a segurança e calibrar os modelos para que os testes possam também ocorrer em computadores. Também, para entender como funcionaria em pouso de emergência ou colisão.

O teste foi realizado puxando uma célula da aeronave para cima com um andaime e soltando ela de maneira controlada enquanto avançavam para checar o comportamento da queda. Nessa célula, estavam 6 manequins, que possuíam sensores para identificar a força que atuava sobre eles.

Diante disso, os danos causados foram maiores dos que os esperados. O teto da aeronave desabou e caiu nos bonecos durante o teste. Mas de todo modo, foi um sucesso, pois o conceito permanece prático e agora devem fazer melhorias na parte estrutural.

Tecnologia necessária

A questão de necessitar de regularizações e certificações acaba sendo um pequeno empecilho. Isso porque toda nova tecnologia deve passar pelos mesmos processos burocráticos, então, como os eVTOLs já são certificados pela ANAC, a tecnologia utilizada nele deve ser a que já conhecemos.

Então, não adianta ficar esperando uma nova tecnologia aparecer. Os fabricantes já usam o que temos, para fazer com que eles se tornem presentes em nossas vidas o quanto antes. Dessa forma, um desafio existente é que já possuímos a tecnologia necessária, mas ainda não na aviação.

Vale ressaltar que os eVTOLs são “fly-by-wire”, ou seja, são comandados por um computador, tirando a dependência de um controle e dando muito mais autonomia. Mas a bateria limita uma locomoção de 100 km.

É necessário também focar no planejamento e adequação para uma boa infraestrutura dos chamados “vertiports”, com áreas de pouso, decolagem, abastecimento e manutenção.

O futuro está próximo…

Nesse ritmo de desenvolvimento e com os investimentos que a Eve vem recebendo, podemos pensar que não estamos muito distantes de viver nosso próprio Blade Runner… ou pelo menos uma parte dele.

A previsão para entrada de operação é em 2026, e também se espera que outras empresas também movimentem o mercado, como a Boeing, Airbus, Honda, Toyota, Hyundai e Nasa, que também tem desenvolvido os seus. Com isso, gera-se também uma maior rede de fornecedores e mais concorrência, popularizando ainda mais essas aeronaves.

Portanto, esse é o significado do futuro: logo logo estaremos podendo optar entre pegar um Uber e lidar com o trânsito do dia a dia ou poder decidir pegar um eVTOL caso queira mais rapidez e agilidade.