A subida das taxas de juros nos Estados Unidos teve um impacto significativo nos investimentos em small caps no Brasil. Este artigo explora as razões por trás das perdas nos fundos de small caps e analisa as perspectivas para esses ativos, destacando as oportunidades que podem surgir em meio à volatilidade do mercado.
A subida das taxas de juros nos Estados Unidos para patamares acima de 5%, no início de outubro, causou um tremor nos mercados financeiros em todo o mundo. No Brasil, o efeito não foi diferente, e os investimentos em small caps sofreram as consequências dessa turbulência. Os fundos que alocam especificamente nesses papéis tiveram o segundo pior desempenho médio entre os fundos de ações em outubro, com perdas de 7,50%, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Por que as small caps foram tão afetadas? Uma das principais razões é que essas empresas, geralmente menores e menos líquidas, tendem a ter variações mais intensas em momentos de estresse e otimismo no mercado. Tatiana Guedes, head de fundos de investimento e previdência da InvestSmart XP, destaca que a sensibilidade das small caps a juros altos, inflação e volatilidade é maior, mas elas também têm um grande potencial de valorização no longo prazo.
No entanto, a dificuldade de oferecer retornos positivos nos últimos meses não deve ser motivo para pânico entre os investidores. Especialistas aconselham que o investimento em fundos de small caps seja pensado para pessoas com maior apetite a risco e com um horizonte de investimento de médio a longo prazo. É importante lembrar que o mercado é cíclico, e o investidor deve evitar realizar saques nos momentos de maior impacto nas cotas.
Renato Reis, analista da DVInvest, concorda com essa abordagem e destaca que não faz sentido zerar posições nos fundos de small caps neste momento. Ele compara a situação ao conceito de aproveitar promoções em lojas, onde preços mais baixos podem representar uma oportunidade de compra. Desde que os fundamentos das empresas não tenham mudado, a queda nos preços pode ser vista como uma chance de aumentar a exposição a esses ativos.
Mas e as perspectivas para as small caps? A visão dos especialistas é otimista, desde que o cenário de juros melhore, principalmente as taxas de longo prazo nos Estados Unidos. No entanto, essa melhora parece incerta no momento, com declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sugerindo uma postura mais conservadora e a possibilidade de mais altas de juros. Além disso, o rebaixamento da perspectiva de crédito dos Estados Unidos pela Moody’s de neutro para negativo também afetou o sentimento dos investidores.
No cenário local, a definição de uma meta de déficit fiscal para o Brasil no próximo ano e a continuidade do recuo da taxa Selic podem influenciar os investimentos em small caps. Uma possível mudança na meta de déficit primário de zero para 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 é aguardada.
Apesar das incertezas, Renato Reis, da DVInvest, vê potencial de alta para as ações de small caps. Ele destaca que o Índice de Small Caps (SMLL) da B3 costuma apresentar uma valorização média de 11%, em comparação com os 4% do Ibovespa. No entanto, até o momento, o SMLL teve um desempenho de apenas 3,23% no acumulado do ano, em contraste com o Ibovespa, que subiu 8,47%.
Reis sugere que as empresas mais endividadas que sofreram com o aumento das despesas financeiras devido à elevação da Selic podem oferecer maior potencial de valorização. Entre os nomes preferidos do analista estão Movida (MOVI3), JSL (JSLG3), Simpar (SIMH3), Iochpe Maxion (MYPK3), Ambipar (AMBP3), Portobello (PTBL3), Cury (CURY3) e Plano & Plano (PLPL3).
Dentro do Santander, também existem recomendações de ações de small caps, incluindo Copasa (CSMG3), Direcional Engenharia (DIRR3), PetroReconcavo (RECV3), SmartFit (SMFT3) e São Martinho (SMTO3). No caso da PetroReconcavo, analistas do banco projetam que as ações podem oferecer uma taxa de retorno com dividendos (dividend yield) de quase 11,5% em 2024.
Em resumo, a volatilidade causada pela subida das taxas de juros nos Estados Unidos afetou os investimentos em small caps no Brasil, mas especialistas acreditam que a classe de ativos ainda possui potencial de valorização a longo prazo. Investidores com apetite a risco podem enxergar a atual queda nos preços como uma oportunidade de compra, desde que estejam dispostos a manter seus investimentos por um horizonte de médio a longo prazo.
Você quer começar a investir na bolsa de valores?
Você possui o desejo de começar sua carreira como investidor? Apesar de parecer complicado, se tornar um “frequentador” da bolsa de valores é mais fácil do que você imagina!
Aqui no Guia do Investidor, nós oferecemos uma ampla seleção de análises, recomendações e indicações de preços-alvo para as principais ações e ativos da bolsa de valores brasileira para você começar a entender todos os caminhos que separam você dos grandes lucros! Nossa equipe de especialistas está sempre atenta ao mercado, identificando as melhores opções e recomendações para você ampliar e diversificar sua carteira.
Se você não sabe por onde começar, pode seguir as 5 dicas que selecionamos para você dar seus primeiros passos na bolsa de valores:
Entendemos que cada investidor tem suas próprias metas e tolerância ao risco. Por isso, oferecemos uma variedade de recomendações que se enquadram em diferentes perfis e objetivos. Seja você um investidor conservador, moderado ou agressivo, encontrará em nosso site análises detalhadas e recomendações fundamentadas para auxiliar em suas decisões de investimento.
Além disso, sabemos que o mercado financeiro é dinâmico e as oportunidades podem surgir a qualquer momento. Por isso, atualizamos constantemente nossas recomendações para que você possa aproveitar as melhores oportunidades assim que elas aparecem.
Para conferir as últimas análises e recomendações do mercado, basta clicar aqui.