A temporada de balanços operacionais é um momento extremamente esperado pelos investidores. Com o fim do terceiro trimestre, as empresas começam a anunciar ao mercado seus dados internos, e revelar ao mercado e para seus acionistas o andamento de seus respectivos processos gerenciais.
É claro que as principais empresas do mundo também não ficam de fora dessa, e o inicio da temporada de resultados das empresas listadas nas bolsas de valores dos EUA, ditam os rumos do mercado privado global além das tendências de consumo e de investimento da economia mundial.
Em Wall Street, as primeiras grandes empresas a anunciarem seus destaques foram os grandes bancos, e nós do Guia do investidor preparamos um rápido resumo com os destaques dos principais balanços do mercado. Confira!
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JP Morgan
Começando pelo JP Morgan, a temporada mostra que o setor não teve vida fácil no terceiro trimestre do ano. O banco registrou queda de 17% no lucro do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 9,74 bilhões (US$ 3,12 por ação). O resultado está longe de empolgar, mas apesar do lucro menor o JP Morgan registrou aumento de 34% nas receitas, acima das projeções do mercado. A reação do mercado é positiva e ação do banco sobe mais de 1% nesta manhã. Apesar de o desempenho superar as projeções, o CEO do maior banco norte-americano em ativos segue cauteloso.
“Há ventos contrários significativos imediatamente à nossa frente — inflação insistentemente alta levando a taxas de juros globais mais altas, os impactos incertos do aperto quantitativo, a guerra na Ucrânia, que está elevando todos os riscos geopolíticos, e o estado frágil da oferta e dos preços do petróleo”, afirmou Jamie Dimon, em comunicado.
Citi
A fotografia do terceiro trimestre do Citigroup foi parecida com a do JP Morgan. O lucro do banco recuou 25% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 3,48 bilhões (US$ 1,63 por ação). Assim como o JP Morgan, o resultado menor do Citi veio do aumento das provisões para calotes no crédito. Por outro lado, as receitas aumentaram 6%, para US$ 18,5 bilhões. As ações do banco reagem em leve alta aos números nesta manhã.
Junto com os números, a CEO do Citi, Jane Fraser, comentou sobre o andamento dos planos do banco para a Rússia de Vladimir Putin.
“Continuamos a reduzir nossas operações e exposição à Rússia e encerraremos quase todos os serviços bancários institucionais que oferecemos no próximo trimestre.”
Wells Fargo
Entre os clientes no varejo bancário nos Estados Unidos, o Wells Fargo também decidiu proteger o balanço de eventuais calotes no crédito, assim como Citi e JP Morgan. Desta forma, o banco registrou queda de 31% no lucro do terceiro trimestre, para US$ 3,5 bilhões (US$ 0,85 por ação). O resultado também sofreu o impacto de despesas com processos e indenizações a clientes. Ao excluir esses efeitos extraordinários, o resultado do Wells Fargo superou a expectativa do mercado. Como consequência, as ações do banco operaram em alta na sexta-feira.
Morgan Stanley
A grande decepção entre os grandes bancos norte-americanos que divulgaram resultados na sexta-feira, foi o Morgan Stanley. O lucro de US$ 2,63 bilhões (US$ 1,47 por ação) representa uma queda de 29% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Ao contrário dos concorrentes, o Morgan Stanley também apresentou um recuo nas receitas, que somaram US$ 12,99 bilhões (-12%). Os investidores não gostaram dos números e reagiram vendendo as ações do banco, que caem quase 2%. O Morgan Stanley sofreu com o momento ruim das bolsas norte-americanas, que derrubaram as comissões nas atividades típicas de banco de investimento, como a coordenação de ofertas de ações no mercado.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs registrou lucro líquido de US$ 3,07 bilhões entre julho e setembro, valor 43% menor do que o apurado um ano antes. Já o lucro por ação ficou em US$ 8,25, bem acima do consenso de analistas consultados pela FactSet, que era de US$ 7,75.
A receita do banco teve baixa de 12% no 3TRI, para US$ 11,98 bilhões, mas ficou acima dos US$ 11,42 bilhões esperados pela FactSet. O Goldman também confirmou os planos de reestruturar suas operações em três unidades de negócios.