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A estratégia da Vivo para "engordar dividendos" dará certo?

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A Vivo anunciou recentemente que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para seu pedido de redução de capital de até R$ 5 bilhões. Essa decisão estratégica permitirá à operadora de telecomunicações aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas em um momento em que seu lucro líquido está sob pressão, mas sua geração de caixa continua robusta.

A política da Vivo é pagar 100% de seu lucro em dividendos. No entanto, o lucro líquido da empresa tem enfrentado desafios devido a dois principais motivos. Primeiramente, o custo de capital aumentou, considerando o nível da taxa Selic. Em segundo lugar, a aquisição dos ativos da Oi trouxe um custo com leasing mais elevado para o balanço da empresa.

Mesmo com um payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) de 100%, a Vivo estava acumulando um excedente de caixa significativo. Com a redução de capital aprovada pela Anatel, a empresa poderá atingir um payout superior a 100% nos próximos anos, o que aumentará o dividend yield (rendimento dos dividendos) para os acionistas.

A XP Investimentos estima que o dividend yield da Vivo, que deveria ser em torno de 7,5% no próximo ano, suba para 11% com essa distribuição adicional, considerando que a Vivo faça a redução de capital em duas etapas: 50% no próximo ano e a outra metade em 2025. Isso elevará o payout da Vivo para cerca de 150% do lucro líquido.

O BTG Pactual, por sua vez, estima que o pagamento será feito em três parcelas: uma no final deste ano, outra no próximo ano e a terceira em 2025. Com base nessa estimativa, o dividend yield para o próximo ano e 2025 ficaria em cerca de 10,5%.

A Vivo tem um capital significativo, totalizando R$ 64 bilhões, e poderia operar seu negócio com uma base de capital menor. No entanto, devido ao seu status de concessionária e à necessidade de aprovação tanto do conselho quanto dos acionistas, bem como da Anatel, a redução de capital era uma etapa importante para liberar o excesso de caixa acumulado.

Recentemente, a XP Investimentos elevou sua recomendação para a Vivo de ‘neutro’ para ‘compra’, citando a forte recuperação das receitas com serviços e um valuation atrativo. De acordo com a XP, a Vivo atualmente negocia com múltiplos de 3,6x EV/EBITDA e 13,3x o lucro projetado para 2024, o que representa um desconto em relação aos múltiplos históricos da empresa. A Vivo tem uma capitalização de mercado de R$ 73 bilhões na B3.

O que são dividendos?

Dividendos são uma parcela do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Eles são uma forma de a empresa recompensar os acionistas pelo investimento feito, e são geralmente pagos em dinheiro, mas também podem ser pagos na forma de mais ações da empresa.

A decisão de quanto do lucro será distribuído como dividendos é geralmente tomada pela diretoria da empresa e deve ser aprovada pelos acionistas em uma reunião anual. A outra parte do lucro é geralmente reinvestida na empresa para financiar o crescimento e a expansão.

O valor do dividendo que um acionista recebe depende do número de ações que ele possui. Por exemplo, se uma empresa paga um dividendo de R$1 por ação e você possui 100 ações, você receberá R$100 em dividendos.

Os dividendos são uma forma importante de retorno para os investidores, especialmente para aqueles que investem a longo prazo. Eles podem ser reinvestidos para comprar mais ações ou podem ser usados como uma fonte de renda.

Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas que as empresas têm de distribuir parte de seus lucros aos acionistas, mas eles têm diferenças significativas principalmente no aspecto tributário.

Dividendos: São distribuídos a partir do lucro líquido da empresa, após a dedução de todos os impostos. Portanto, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas que os recebem, pois a empresa já pagou todos os impostos devidos.

Juros sobre Capital Próprio (JCP): É uma forma alternativa de distribuição de lucros que tem um benefício fiscal para a empresa. O JCP é tratado como uma despesa operacional para a empresa e, portanto, reduz o lucro tributável da empresa, resultando em menos imposto de renda devido pela empresa. No entanto, ao contrário dos dividendos, o JCP é tributável para os acionistas que o recebem. A alíquota é de 15% e o imposto é retido na fonte.

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