A Magazine Luiza (MGLU3), uma das maiores varejistas do Brasil, divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2023 (2T23), apresentando um cenário de prejuízo líquido ajustado, porém, com indicadores operacionais que demonstram um crescimento resiliente em um ambiente desafiador.
O prejuízo líquido ajustado, excluindo efeitos não recorrentes, atingiu R$ 198,8 milhões no 2T23, o que representa um aumento significativo de 77,3% em relação às perdas líquidas do mesmo período do ano anterior, que somaram R$ 112,1 milhões.
Considerando os efeitos não recorrentes, o resultado contábil apresentou um prejuízo líquido de R$ 301,7 milhões no 2T23, um aumento de 123% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi influenciado pela reintrodução do Difal (diferença de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais) e pelo aumento das despesas financeiras no período.
Roberto Bellissimo Rodrigues, diretor financeiro da Magazine Luiza, enfatizou que a maioria dos itens não recorrentes está relacionada à consolidação do ecossistema de fintechs e empresas de logística. Ele ressaltou que não há previsão de gastos semelhantes no futuro e que essas despesas são diferentes da estratégia de transformação da concorrente Via (VIIA3).
Apesar do prejuízo líquido, a empresa apresentou um resultado operacional melhorado. As vendas totais, incluindo estoque próprio (1P) e marketplace (3P), alcançaram R$ 14,727 bilhões, representando um aumento de 5,8%. Esse crescimento foi impulsionado por um aumento de 7,0% no e-commerce total da empresa e de 2,7% nas lojas físicas.
A Magazine Luiza destacou que conseguiu crescer acima do mercado, conforme dados da Neotrust que apontaram uma queda de 15,1% no e-commerce geral no Brasil. O e-commerce com estoque próprio aumentou 2,3%, enquanto o marketplace (3P) saltou 15,1%.
O lucro bruto da empresa teve um aumento de 0,6%, totalizando R$ 2,468 bilhões, e a margem bruta encerrou o período em 28,8%, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior e de 1,5 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Bellissimo afirmou que a redução dos juros, que está em andamento, deverá aliviar as despesas financeiras líquidas ajustadas ao longo dos próximos trimestres. Além disso, a empresa observou um aumento no uso do PIX sobre as vendas, reduzindo a dependência de cartões de crédito e boletos.
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Confira abaixo os principais indicadores operacionais da Magazine Luiza no 2T23:
| Indicador | 2T23 | Variação vs. 2T22 |
|---|---|---|
| Prejuízo Líquido Ajustado (R$ milhões) | -198,8 | +77,3% |
| Vendas Totais (R$ bilhões) | 14,727 | +5,8% |
| E-commerce (1P) | +7,0% | – |
| Lojas Físicas | +2,7% | – |
| E-commerce com Estoque Próprio (1P) | +2,3% | – |
| Marketplace (3P) | +15,1% | – |
| Lucro Bruto (R$ bilhões) | 2,468 | +0,6% |
| Margem Bruta (%) | 28,8 | +0,2 p.p. |
Apesar do desafio das perdas líquidas, a Magazine Luiza demonstra uma forte capacidade de crescimento operacional, especialmente no cenário de vendas online, com uma estratégia que busca ampliar sua participação no mercado e diversificar suas fontes de receita.
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