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Ação da Usiminas cai 23%, resultados desapontam: o que houve?

As ações da Usiminas caíram mais de 23%, após divulgar resultados muito abaixo das expectativas e apresentar perspectivas desanimadoras.

USIMINAS GDI
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  • As ações da Usiminas despencaram mais de 23% hoje (29)
  • Isto, após a siderúrgica divulgar resultados muito abaixo das expectativas de mercado e apresentar perspectivas desanimadoras em sua conferência com analistas
  • A companhia reportou um EBITDA ajustado de R$ 297 milhões no segundo trimestre

As ações da Usiminas despencaram mais de 23% hoje, após a siderúrgica divulgar resultados muito abaixo das expectativas de mercado e apresentar perspectivas desanimadoras em sua conferência com analistas.

A companhia reportou um EBITDA ajustado de R$ 297 milhões no segundo trimestre, um resultado 40% inferior às estimativas do Itaú e do BTG, que já eram menores que o consenso do mercado. Em comparação anual, o EBITDA caiu 19%, e em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 29%.

O desempenho abaixo do esperado na divisão de aço foi o principal fator para o resultado negativo. Os preços realizados do aço apresentaram, contudo, uma queda de 1% em relação ao trimestre anterior. E as despesas da Usiminas na vertical de aço aumentaram. A margem EBITDA da siderurgia ficou em apenas 2%, bem abaixo da expectativa de 5% do BTG.

Por outro lado, a divisão de mineração teve um desempenho positivo, com o EBITDA aumentando 84% em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 153 milhões. Esse resultado decorreu de uma significativa alta de 17% nos preços realizados do minério de ferro e de volumes ligeiramente melhores.

Apesar dos resultados fracos, o principal impacto negativo veio, portanto, da conferência de gestão com analistas, que deixou o mercado ainda mais cauteloso.

“Vínhamos falando que o resultado era menos importante do que a mensagem para o terceiro tri, mas a mensagem tampouco foi boa,” apontou o analista do Itaú BBA, Daniel Sasson. 

“Apesar de direcionar para um resultado melhor na siderurgia, com volumes e preços melhores, o discurso de custos estáveis no tri contra tri (com a depreciação do real compensando os ganhos de eficiência) desapontou o mercado.”

A espera por redução de custos

A Usiminas havia anteriormente anunciado expectativas de redução de custos devido aos ganhos de eficiência com a estabilização do alto-forno 3 em Ipatinga. No entanto, a empresa agora indica que esses ganhos podem ser comprometidos pelo impacto do câmbio, uma vez que 60% dos seus custos estão indexados ao dólar.

A companhia observou que o câmbio médio no segundo trimestre foi de R$ 5,21, enquanto atualmente está acima de R$ 5,50.

“Num cenário com um câmbio médio nesse patamar no terceiro tri, vai ficar difícil compensar 100% dos efeitos”, apontou.

A Usiminas encerrou o dia com uma capitalização de mercado de R$ 7,5 bilhões. Após sofrer uma perda superior a R$ 2 bilhões devido à queda acentuada nas ações hoje.

A empresa

A Usiminas é uma das principais siderúrgicas do Brasil, especializada na produção de aço. Fundada em 1956 e com sede em Belo Horizonte, a empresa é um importante player no setor siderúrgico e metalúrgico da América Latina.

A Usiminas opera em diversas áreas da cadeia produtiva do aço, incluindo a fabricação de produtos planos, como chapas e bobinas, bem como a produção de aço bruto. Ela possui fábricas em Ipatinga (MG) e Cubatão (SP) e atua em mercados diversos, tanto no Brasil quanto internacionalmente.

A empresa, contudo, é conhecida por suas operações em setores estratégicos como automotivo, construção civil, e linha branca, e tem uma presença significativa na indústria de mineração através de sua unidade de mineração.