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Ação das Americanas cai 97,24% no ano e vale 06 centavos

Imagem/Reprodução Americanas
Imagem/Reprodução Americanas

Os papéis da Americanas renovaram as mínimas históricas na última semana.

Na última sexta-feira (23), os papéis da Americanas renovam mínimas históricas. Até às 12h15, a ação estava cotada a R$ 0,06, após uma queda de 42% em uma semana e 85% somente em agosto.

Os ativos aceleraram a derrocada após a publicação dos aguardados balanços de 2023 e 1º e 2º trimestres de 2024, que tiveram as divulgações repetidamente adiadas nos últimos meses.

Segundo informações, a varejista registrou prejuízo de R$ 2,2 bilhões, 82,8% menor do que o observado no mesmo período de 2022. Nos seis primeiros meses deste ano, o prejuízo foi de R$ 1,4 bilhão, 56% menor do que no mesmo período de 2023. Ainda assim, os números preocupam, principalmente após a gestão decidir retirar os guidances – ou seja, as projeções da empresa para o futuro.

Banco Santander reduziu participação na Americanas

Na terça-feira (20), o Banco Santander Brasil anunciou que em razão de alienações de ações da Americanas, passou a deter 960.714.956 ações ordinárias, representativas de 4,87% na data de 19 de agosto de 2024. 

Segundo informações, o banco divulgou que a participação detida na Americanas não objetiva alterar sua composição do controle ou estrutura administrativa e não possuiu outro acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia além daquele referente aos 459.388.618 bônus de subscrição da Americanas, que conferem o direito de receber ações ordinárias adicionais nos termos do acordo de lock-up, previsto no plano de recuperação judicial da varejista.

Americanas solicita tempo para evitar rebaixamento de crédito

A Americanas (AMER3) tentou ganhar tempo com as agências de classificação de risco para evitar o rebaixamento de seu crédito. Isto, após revelar uma fraude contábil de R$ 20 bilhões em 11 de janeiro de 2023. Segundo a Folha de S.Paulo, o jornal obteve mensagens de WhatsApp trocadas entre executivos da empresa nos dias seguintes ao anúncio da fraude. Nessas conversas, os executivos discutem estratégias para negociar com representantes das agências de rating e adiar a revisão das suas notas de crédito.

Em uma das mensagens, a diretora de Relações com Investidores da Americanasrelata uma reunião com a S&P, onde a agência afirmou não ter a intenção de prejudicar a empresa, mas que uma revisão de rating era inevitável. Além disso, um ex-diretor financeiro expressou preocupação com o impacto potencial das mudanças nas notas de crédito sobre as negociações com credores.

“Preciso de visibilidade de como foi a conversa com o rating. Não podemos ser surpreendidos com um downgrade. Temos que ter tempo hábil, em isso acontecendo, de compor com os bancos as margens necessárias para os hedges [proteções] do bonds [títulos de dívida]”, diz a mensagem divulgada pela Folha.

Postura firme 

Os executivos da Americanas receberam a orientação de adotar uma postura mais firme nas negociações com as agências de rating, pedindo um prazo adicional para evitar o iminente rebaixamento de crédito, enquanto estavam cientes do risco de um possível default.

No entanto, essa solicitação não foi atendida por nenhuma das agências. Apenas dois dias após a revelação da fraude contábil de R$ 20 bilhões, em 13 de janeiro de 2023, as revisões começaram. A S&P Global Ratings foi a primeira a agir, inicialmente rebaixando a nota da Americanas para B e, em seguida, elevando o corte para D, equivalente a default. No relatório, a S&P indicou a possibilidade de recuperação judicial, que se concretizou em pouco tempo.

A Fitch Ratings e a Moody’s seguiram com suas próprias revisões, com pouca diferença entre os prazos. A Fitch iniciou o processo com um rebaixamento para “CC” e posteriormente atualizou a nota para “C”. A Moody’s, por sua vez, começou com uma revisão para “Caa3” e, pouco depois, reduziu ainda mais para “Ca”.

Americanas

A Americanas é uma das maiores redes de varejo do Brasil, conhecida por sua atuação em diversos segmentos, incluindo lojas físicas e e-commerce. Fundada em 1929, a empresa oferece uma ampla gama de produtos, como eletrônicos, roupas, alimentos e produtos para o lar.