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Ainda dá para ter esperança? Oi (OIBR3) reporta prejuízo de R$ 17 bilhões no resultado 1T23

oi oibr3 acao
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A Oi (OIBR3;OIBR4), empresa de telefonia em recuperação judicial, divulgou seus resultados trimestrais referentes ao primeiro trimestre de 2023. No quarto trimestre de 2022, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 17,6 bilhões, um aumento de 396,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado superou as expectativas do mercado, que previam um prejuízo líquido de R$ 885,2 milhões.

Apesar do prejuízo, a Oi apresentou um crescimento nas operações da Nova Oi, com a receita líquida dessas operações registrando um aumento de 5,6% na base anual. A empresa destacou que o desempenho positivo foi impulsionado pelos resultados dos negócios core, como Oi Fibra e Oi Soluções.

No entanto, a receita líquida total da empresa teve uma queda de 42,1% no quarto trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021, totalizando R$ 2,649 bilhões. Esse declínio foi atribuído à redução das receitas de operações descontinuadas, após a conclusão das alienações previstas no Plano Estratégico de Transformação da companhia.

Mais destaques operacionais

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de rotina foi de R$ 396 milhões, representando uma queda de 76,8% em relação ao ano anterior. A margem Ebitda de rotina ficou em 13,2% no acumulado de outubro a dezembro de 2022, apresentando um recuo de 19,7 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2021.

Em relação à dívida líquida, a Oi registrou uma redução significativa, fechando o quarto trimestre de 2022 em R$ 19,079 bilhões, uma queda de 41,4% em comparação ao mesmo período de 2021.

Apesar dos desafios enfrentados, a Oi demonstra esforços para reestruturar suas operações e impulsionar o crescimento em áreas-chave, como a Oi Fibra e Oi Soluções. A empresa busca se recuperar financeiramente e fortalecer sua posição no mercado de telecomunicações. A tabela abaixo apresenta os principais indicadores operacionais mencionados:

Indicador Valor (R$ bilhões)
Prejuízo líquido -17,6
Ebitda de rotina 0,396
Margem Ebitda de rotina 13,2%
Receita líquida 2,649
Dívida líquida 19,079

Ações da Oi acumularam alta no último pregão

As ações da companhia se destacaram nesta segunda-feira (22) após a divulgação de avanços em relação ao processo de recuperação judicial da empresa, reaberto após uma série de indefinições.

As ações da Oi (OIBR3; OIBR4) tiveram uma alta significativa de 7% no pregão, chegando a um preço de tela de R$ 1,15. O que representa um aumento de 7,48% e um incremento de R$ 0,080. Essa valorização ocorre em um momento crucial para a empresa, após divulgar um fato relevante informando ao mercado que o conselho de administração aprovou os termos do plano de recuperação judicial da empresa e de suas subsidiárias. O comunicado destaca que o plano inclui a equalização do passivo financeiro, a reestruturação de créditos concursais e a captação de uma dívida extraconcursal de pelo menos R$ 4 bilhões por meio de um empréstimo superprioritário.

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Antes da abertura desta terça-feira (23), as ações estavam cotadas a R$ 1,11.

Além disso, a Oi menciona a possibilidade de adoção de medidas negociadas nos instrumentos de dívida, como um eventual aumento de capital e a contratação de novas linhas de crédito. Também é mencionada a potencial alienação e oneração de bens do ativo permanente da empresa.

O plano de recuperação judicial reflete as negociações realizadas até o momento com os principais credores e outros envolvidos no processo de reestruturação das dívidas. A Oi destaca que continuará negociando com os stakeholders para buscar soluções viáveis e efetivas.

Em março, a Oi entrou com o pedido de recuperação judicial na 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em caráter de urgência. O processo foi aceito pela Justiça, que estabeleceu um prazo de 60 dias para a apresentação do novo plano de recuperação. Além disso, foi determinada a suspensão da publicidade de protestos e inscrições nos órgãos de proteção ao crédito em relação à empresa, pelo período de 180 dias.

Essas medidas fazem parte dos esforços da Oi para lidar com sua significativa dívida e buscar alternativas para sua reestruturação. O processo de recuperação judicial é crucial para a empresa buscar a sustentabilidade financeira e continuar a operar no mercado de telecomunicações. O acompanhamento das negociações e a implementação do plano de recuperação serão fundamentais para definir o futuro da Oi e o impacto nos acionistas e credores.

Nem tudo são flores

Por outro lado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu um processo para avaliar se a Oi tem condições econômicas de manter a outorga da concessão de telefonia fixa.

A empresa divulgou um comunicado afirmando que não há razão para uma medida desse tipo e que o novo pedido de recuperação judicial não impactou suas operações. A abertura desse processo pela Anatel ocorreu no dia 8, em meio à preocupação com o tamanho da dívida da Oi, que chega a R$ 43,7 bilhões, e o aumento das reclamações dos clientes em relação aos serviços prestados pela operadora.

A possibilidade de caducidade da concessão de telefonia fixa da Oi tem ganhado força na Anatel desde março, devido à piora da situação financeira da empresa. No entanto, essa medida é complexa, pois implica em uma relicitação do serviço ou, alternativamente, a transferência da operação para o governo, por meio da Telebrás, caso não haja interessados.

A valorização das ações da Oi reflete uma reação positiva do mercado diante das notícias recentes. Os investidores estão analisando os desdobramentos desse processo e buscando identificar possíveis cenários futuros para a empresa. Embora a situação ainda esteja em aberto, a alta nas ações indica que há confiança de que a Oi possa superar os desafios e encontrar soluções para sua situação financeira.

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