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ALERTA: Gol (GOLL4) pode fechar capital e dilui acionistas minoritários em 70%

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Uma recente emissão de bônus de subscrição anunciada pelos controladores da Gol (GOLL4) está causando agitação no mercado financeiro e gerando preocupações entre os investidores minoritários da companhia aérea. A operação, que tem o potencial de diluir os acionistas minoritários em mais de 70%, levantou questões sobre governança corporativa e estratégias da controladora.

Desde que o anúncio da emissão de bônus de subscrição foi feito há uma semana, as ações preferenciais da Gol tiveram uma queda significativa de 18%. Isso gerou um clima de insegurança e desconfiança entre os investidores, que estão questionando a decisão dos controladores da empresa.

A Gol é controlada pela holding Abra, formada pelos fundos Elliott, Kingsland e South Lake, que também possuem participação na Avianca. A Abra foi criada no início do ano para consolidar o controle sobre essas duas empresas aéreas. No entanto, a recente operação de emissão de bônus de subscrição tem levantado suspeitas de que os controladores possam estar buscando seus próprios interesses em detrimento dos acionistas minoritários da Gol.

A operação envolve a emissão de até 1,891 bilhão em bônus de subscrição de ações preferenciais da Gol. Cada bônus de subscrição confere ao titular o direito de subscrever um aumento de capital pagando R$ 5,82 por ação preferencial da Gol. Isso significa que os acionistas minoritários que desejam aderir à operação para evitar a diluição terão que desembolsar R$ 11,66 por ação, um valor superior ao preço de mercado das ações da Gol.

O anúncio das condições de conversão dos bônus de subscrição gerou ainda mais descontentamento entre os investidores. A relação de conversão exigiria que cada acionista da Gol subscrevesse 4,5 bônus de subscrição para manter sua participação atual na empresa. No entanto, a controladora Abra já afirmou que subscreverá o total de bônus a que tem direito, o que, muito provavelmente, resultará em uma diluição de mais de 70% para os acionistas minoritários.

Além disso, a Abra anunciou a cessão gratuita de parte de seus direitos de preferência na subscrição para uma subsidiária da Gol, a GOL Equity Finance. Essa decisão levantou questionamentos sobre a motivação por trás dessa transferência e gerou especulações sobre os reais interesses da controladora.

Investidores, gestores e analistas do mercado não receberam as informações com clareza e têm se queixado da falta de transparência por parte da Gol e da Abra. A confusão gerada em torno das condições da operação tem gerado incertezas adicionais, contribuindo para a queda nas ações da companhia aérea.

Os acionistas têm até 26 de setembro para decidir se participarão ou não da operação de emissão de bônus de subscrição. Enquanto a Evercore está assessorando a administração da Gol, a Apsis emitiu uma opinião favorável confirmando o cálculo utilizado para o preço dos bônus.

A Gol emitiu uma nota ao Brazil Journal, informando que já havia divulgado amplamente a intenção da Abra em adquirir títulos permutáveis de Exchangeable Senior Notes, reforçando que as condições são iguais para todos os acionistas que desejem adquirir os bônus de subscrição. A empresa também mencionou que a estrutura de cessão dos bônus para a GOL Equity Finance segue um processo semelhante ao utilizado anteriormente em 2016 e 2018.

A situação permanece delicada, com os investidores monitorando de perto os desdobramentos dessa operação e suas implicações para o futuro da Gol e seus acionistas minoritários. A falta de clareza e as preocupações sobre governança corporativa continuam sendo questões centrais que demandam respostas satisfatórias por parte dos controladores.

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