O governo federal retomou a cobrança dos impostos federais para combustíveis a partir de 1º de março deste ano, após ter suspendido em junho de 2022. Essa medida teve impacto na inflação do mês, como mostra a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os preços do etanol, que também tiveram os impostos retomados, subiram 1,96% em março, enquanto os demais combustíveis tiveram queda: o óleo diesel (-4,86%) e o gás veicular (-2,62%). Já a energia elétrica subiu 2,85% no mês, respondendo por 0,11 ponto percentual da taxa de 0,69% do IPCA-15.
A alta da energia elétrica reflete a reinclusão das tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que já havia aparecido no resultado fechado do IPCA de fevereiro. Inicialmente, essa reinclusão ocorreu em locais específicos, a partir de decisões da Justiça, mas foi confirmada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no início de março.
Por outro lado, os preços dos alimentos tiveram incremento menos intenso em março, com destaque para a queda dos preços da batata-inglesa (-13,14%) e do tomate (-6,34%), além da desaceleração da alta dos custos com educação.
Com a volta da cobrança de impostos federais, o preço da gasolina subiu 5,76% pelo IPCA-15, a prévia da inflação no país, sendo a maior influência individual no mês. A gasolina respondeu por quase 40% (37,6%) da alta do índice, sendo importante lembrar que a inflação mede a variação dos preços. Os preços permanecem no patamar elevado que tinha sido atingido após os reajustes de fevereiro.