Brasileiros pretendem manter assinaturas mesmo com encarecimento e restrições.
De acordo com o estudo “Conexões Culturais, Marcas e Eventos”, da Qualibest, 69% dos brasileiros afirmam que assistir a filmes está entre suas principais atividades de lazer e 64% afirmam acompanhar séries. Ambas estão no Top 3 de atividades de lazer mais comuns no país. A pergunta que fica é qual é o custo real dessas assinaturas diante de tantas opções disponíveis com os mais variados filmes e séries, e o quanto isso impacta no orçamento do consumidor ao final do mês dependendo de quantas ele assinar.
No momento que esse material foi publicado, as nove principais plataformas de streaming no Brasil somam juntas o total de R$231,10 de custo nos planos mensais mais baratos de cada uma. O gasto mais alto que pode ser alcançado na assinatura dessas plataformas em seus planos mensais é de R$430.
Um levantamento recente da Bango indica que o Brasil é o maior mercado de assinaturas de streaming de vídeo da América Latina. O número médio de assinaturas no país é de 3,8 por pessoa e o gasto médio é de R$118 por mês. Tendo um custo anual avaliado em R$1.400,00.
Para Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor da Multimarcas Consórcios, é necessário se atentar a essas assinaturas para não comprometer a renda familiar com elas:
“Por mais que haja uma variedade de conteúdo a ser consumido, o mais importante a ser analisado é quais plataformas oferecem o melhor serviço para o seu gosto individual, assinando apenas aquelas que fizerem parte da sua rotina de lazer e entretenimento. Diminuindo o custo mensal com serviços que serão pouco utilizados.”
Algumas plataformas oferecem planos anuais, em tese mais caros que as assinaturas mensais, mas que no fim saem mais baratas durante o período de 12 meses. Entre as nove plataformas, o menor custo anual de todas as assinaturas somadas é de R$1.789,90, enquanto o maior custo está em torno de R$2.780,80.
Como se não bastasse o gasto que as plataformas de streaming trazem para o consumidor, cada vez mais restrições estão sendo aplicadas ao usuário. Limitação de perfis dentro da mesma assinatura, diminuição da quantidade de perfis acessando ao mesmo tempo e restrição de endereço que permite que apenas integrantes de uma mesma residência utilizem o mesmo pacote são algumas destas.
Segundo Lamounier, essas restrições servem de alerta ao consumidor para não aumentar seus gastos com as plataformas, que utilizam desses artifícios para evitar perdas de capital, mas que podem impactar diretamente no bolso dos assinantes:
“É necessário estar em alerta para alterações dentro das plataformas a fim de evitar gastos desnecessários ao final do mês que comprometam a renda para coisas realmente necessárias. O grande segredo está na administração dessas assinaturas, consumindo apenas o que será utilizado.”
Porém, essas mudanças ainda não surtiram efeito no comportamento do consumidor, que vê nas plataformas de streaming uma de suas maiores formas de lazer e que são bem difíceis de abrir pelo comodismo que oferecem. Segundo o estudo “Gerações”, desenvolvido pela Croma Consultoria, parte do Grupo Croma, seis de cada dez brasileiros, de todas as idades, assinam e pretendem continuar assinando plataformas de streaming de vídeo.
Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma e idealizador do estudo “Gerações”, hoje, os streamings estão diretamente conectados ao cotidiano do consumidor: “O conceito de hiper personalização leva nossos cérebros e nossas vidas a padrões de consumo inéditos. Quando quero, como quero, onde quero etc. Funciona assim! O consumo de conteúdo não está isento a isso.”
A popularização das plataformas de streaming ainda está em curso e isso mudou a perspectiva da produção de conteúdo, já que atualmente elas aumentam sua expressão: “
A revolução que se estabelece é apenas o começo de sucessivas ondas de inovação que ainda vamos presenciar. A pandemia catalisou o consumo de streaming, mas esse movimento ainda será maior e mais diverso”, afirma Bulla.