Notícias

Apesar de quedas, Vale segue sendo a "queridinha dos dividendos"

Apesar da queda de 15% no ano anterior, a ação da Vale (VALE3) é a mais recomendada pelos analistas para investidores interessados em dividendos em fevereiro

valeGDI 1
valeGDI 1

A ação da Vale (VALE3) continua a ser a preferida dos analistas quando o assunto é investir em ações para receber dividendos, mesmo após uma queda de 15% ao longo do ano anterior. Um levantamento realizado pelo Money Times revelou que a Vale recebeu 15 recomendações para o mês de fevereiro, sendo a escolha principal entre 22 carteiras de bancos, corretoras e casas de análise.

Os analistas do BTG Pactual antecipam um ambiente operacional mais favorável para a Vale em 2024. Isso se deve, em grande parte, à expectativa de que os mercados de minério de ferro continuem enfrentando déficits e às contínuas revisões positivas de lucros. A produção chinesa de aço bruto também deve manter-se acima de 1 bilhão de toneladas, graças à demanda por infraestrutura/manufatura e exportações, o que compensará um mercado imobiliário ainda fraco.

“Estamos mais confiantes de que a performance operacional mais fraca da empresa ficou para trás e que a produção/vendas e o desempenho de custos devem continuar a melhorar. Acreditamos que há muito pouco precificado nas ações neste momento”, afirmam os analistas do BTG Pactual.

O Banco Safra também destaca que a mineradora deve continuar gerando um fluxo de caixa sólido e manter níveis atrativos de remuneração aos acionistas. As projeções do banco apontam um dividend yield esperado para a Vale de 8,8% neste ano.

Além da Vale, outras ações que se destacam no ranking de recomendações para dividendos em fevereiro incluem o Banco do Brasil (BBAS3), que ocupa o segundo lugar com 13 recomendações, e a Vivo (VIVT3), com 11 indicações.

No caso do Banco do Brasil, os analistas do Safra enfatizam que a instituição entregou resultados fortes no terceiro trimestre de 2023, confirmando um bom desempenho ao longo do ano. Além disso, diante de um cenário desafiador em termos de qualidade de crédito, o perfil defensivo da carteira de crédito do banco, com maior exposição ao agronegócio e a um perfil de pessoa física menos arriscado, proporciona segurança e previsibilidade de resultados.

A Vivo, que ocupa a terceira posição no ranking de recomendações para dividendos, também é vista com otimismo pelos analistas. O Santander ressalta o “valuation atraente” da Telefônica Brasil, juntamente com o “maior dividend yield do setor”. Além disso, o banco tem expectativas positivas para o crescimento real de faturamento da empresa, impulsionado pelos segmentos móvel e fixo, bem como para a evolução positiva na geração de fluxo de caixa livre, com a margem de fluxo de caixa operacional prevista para atingir 18% em 2024.

Outras ações recomendadas para investidores em busca de dividendos em fevereiro incluem a BB Seguridade (BBSE3) e a Petrobras (PETR4), ambas com 10 indicações, seguidas pela Copel (CPLE6) com 9, Engie (EGIE3) e Itaú Unibanco (ITUB4) com 8 recomendações cada, e Eletrobras (ELET3) com 5 indicações.

O que são dividendos?

Dividendos são uma parcela do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Eles são uma forma de a empresa recompensar os acionistas pelo investimento feito, e são geralmente pagos em dinheiro, mas também podem ser pagos na forma de mais ações da empresa.

A decisão de quanto do lucro será distribuído como dividendos é geralmente tomada pela diretoria da empresa e deve ser aprovada pelos acionistas em uma reunião anual. A outra parte do lucro é geralmente reinvestida na empresa para financiar o crescimento e a expansão.

O valor do dividendo que um acionista recebe depende do número de ações que ele possui. Por exemplo, se uma empresa paga um dividendo de R$1 por ação e você possui 100 ações, você receberá R$100 em dividendos.

Os dividendos são uma forma importante de retorno para os investidores, especialmente para aqueles que investem a longo prazo. Eles podem ser reinvestidos para comprar mais ações ou podem ser usados como uma fonte de renda.

Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas que as empresas têm de distribuir parte de seus lucros aos acionistas, mas eles têm diferenças significativas principalmente no aspecto tributário.

Dividendos: São distribuídos a partir do lucro líquido da empresa, após a dedução de todos os impostos. Portanto, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas que os recebem, pois a empresa já pagou todos os impostos devidos.

Juros sobre Capital Próprio (JCP): É uma forma alternativa de distribuição de lucros que tem um benefício fiscal para a empresa. O JCP é tratado como uma despesa operacional para a empresa e, portanto, reduz o lucro tributável da empresa, resultando em menos imposto de renda devido pela empresa. No entanto, ao contrário dos dividendos, o JCP é tributável para os acionistas que o recebem. A alíquota é de 15% e o imposto é retido na fonte.