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Após anúncio de Follow-On, ações da Ambipar derretem 13,1%

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A Ambipar, empresa especializada em gestão de resíduos e resposta a emergências, anunciou um follow-on de até R$ 1 bilhão, em uma decisão que teve um impacto imediato nas ações da empresa, levando a uma queda de mais de 10%. A oferta, que pode chegar a metade do valor de mercado atual da Ambipar, tem como objetivo reduzir a dívida da empresa e fortalecer sua estrutura de capital.

A oferta-base será de R$ 560 milhões, com o controlador da empresa, Tércio Borlenghi Junior, comprometendo-se a contribuir com esse montante para garantir a transação. Caso haja demanda, a Ambipar pode exercer o hot issue, o que dobraria o tamanho da oferta. No entanto, a empresa planeja fazer uma oferta de até R$ 915 milhões, já que acima desse montante, o controlador seria diluído. Atualmente, Tércio detém 61% do capital da Ambipar.

Reação do Mercado e Motivações por Trás do Follow-on

A reação inicial do mercado foi de preocupação, refletida na queda acentuada das ações da Ambipar. Os investidores estão preocupados com a diluição significativa resultante do follow-on. Quem optar por não acompanhar a oferta terá sua participação diluída em cerca de 21% na oferta-base e em 42% caso o hot issue seja totalmente exercido.

O CFO da Ambipar, Thiago Costa, explicou que os recursos levantados com o follow-on serão usados para desalavancar o balanço da empresa, pré-pagando algumas dívidas. Nos últimos dois anos, a Ambipar realizou uma série de aquisições que aumentaram sua alavancagem, tornando seus custos financeiros elevados, especialmente devido ao ambiente de juros altos. A empresa fez mais de 40 aquisições desde seu IPO, principalmente financiadas com recursos de terceiros, resultando em uma alavancagem de 2,9x EBITDA e uma dívida líquida de R$ 4,2 bilhões.

A necessidade de realizar o follow-on agora também está relacionada ao fato de a Ambipar ter parte de sua dívida (R$ 2,2 bilhões) com covenants extremamente restritivos, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,75x até o final deste ano. A empresa optou por aumentar o capital como uma alternativa viável para atender a esses requisitos financeiros.

Entretanto, o anúncio da oferta teve como resultado uma reação negativa por parte dos investidores, refletida em uma queda significativa no preço das ações da AMBP3. No momento do anúncio, os ativos da empresa registraram perdas de 13,31%, chegando a serem negociados a R$ 16,15. Na mínima do dia, os papéis da Ambipar caíram ainda mais, atingindo uma queda de 17,34%, com as ações sendo cotadas a R$ 15,40.

A oferta primária da Ambipar inclui uma oferta inicial de 30.059.045 novas ações ordinárias, e esse montante pode ser aumentado em até 100%, dependendo da demanda do mercado. Considerando o preço de fechamento das ações na B3 no dia anterior ao anúncio, que era de R$ 18,63 por ação, a oferta total poderia chegar a impressionantes R$ 1,12 bilhão, incluindo as ações adicionais.

O acionista controlador da companhia se comprometeu a subscrever uma quantidade de ações equivalente a até R$ 560 milhões, demonstrando seu apoio à operação.

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De acordo com Thiago Costa, CFO da Ambipar Group, “O objetivo desse follow-on é a desalavancagem da companhia. Esse movimento será benéfico para o nosso negócio e os acionistas, pois nos dará maior flexibilidade nesse cenário de taxa de juros alta por mais tempo.”

Os coordenadores da oferta são algumas das principais instituições financeiras do mercado, incluindo BTG Pactual Investment Banking Ltda, Bradesco BBI, Itaú BBA, Bank of America, Santander e UBS Brasil. Além disso, a operação contará com esforços de colocação das ações no exterior por meio do BTG Pactual US Capital LLC, Bradesco Securities Inc, Santander US Capital Markets LLC e UBS Securities LLC.

Perspectivas Futuras e Desafios

A Ambipar planeja entrar em um novo ciclo, em que focará na desalavancagem e na captura de sinergias das aquisições já realizadas, ao invés de continuar expandindo por meio de fusões e aquisições. A empresa já capturou as sinergias óbvias e agora buscará as não tão óbvias.

No entanto, alguns desafios permanecem, incluindo a alocação de capital e o retorno sobre o capital investido (ROIC). A Ambipar tem gasto recursos em transações que não estão crescendo no mesmo ritmo e não estão gerando retornos suficientes para cobrir suas dívidas. A compra da Witt O’Briens, uma empresa de consultoria de emergências nos Estados Unidos, foi vista como cara e os resultados têm sido impactados pelo ambiente de mercado. A empresa planeja melhorar seus ROICs, especialmente em sua operação de gestão de resíduos.

A oferta da Ambipar está marcada para o dia 31 deste mês e está sendo coordenada pelo BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, Bank of America, Santander e UBS BB. A decisão de realizar o follow-on mostra o comprometimento do controlador da empresa em um momento desafiador, mas também levanta questões sobre a diluição para os acionistas. A Ambipar está focada em melhorar sua estrutura financeira e enfrentar os desafios do mercado, enquanto busca um novo ciclo de crescimento sustentável.

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