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Após suspeitas de fraude, leilão de arroz tem nova data

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), informou que o governo do presidente Lula pretende publicar um edital de novo leilão de importação de arroz em dez dias.

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O certame anterior foi cancelado na última terça-feira (11) após indícios de falta de capacidade técnica e irregularidades.

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), informou que o governo do presidente Lula pretende publicar um edital de novo leilão de importação de arroz em dez dias. O certame anterior foi cancelado na última terça-feira (11) após indícios de falta de capacidade técnica e irregularidades.

Segundo informações, a Polícia Federal (PF) vai investigar se houve fraude no leilão aberto pelo governo federal para a compra de arroz. Integrantes do governo que acompanham as discussões veem com ceticismo o prazo estipulado pelo ministro. A expectativa mais conservadora é de que o próximo certame seja realizado no máximo em 60 dias.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, emitiu nota afirmando que determinou à Corregedoria-Geral da estatal a imediata abertura de processo de averiguação de todos os fatos envolvendo o leilão para a compra de arroz beneficiado importado.

“Essas medidas têm como objetivo garantir toda a transparência neste processo, bem como prestar contas e dar a tranquilidade que a sociedade brasileira merece”, diz a nota.

A Conab tem costume de realizar leilões nacionais, mas de importação é o primeiro desde os anos 1980. Assim, agora técnicos vão fazer revisão de normas e procedimentos para melhor adequá-lo.

Uma das novidades deve ser a exigência da autorização de operação de comércio exterior, o sistema Radar, da Receita Federal. É um documento que habilita empresas com condições de operar no mercado internacional.

O governo anunciou na terça que anularia o leilão, além da demissão do secretário de Política Agrícola, Neri Geller.

“O presidente Lula participou dessa decisão de anular esse leilão e proceder um novo leilão, mais aperfeiçoado do ponto de vista de suas regras. Por isso, a CGU e AGU participarão, e a Receita Federal também, da elaboração desse novo leilão, juntamente com a Conab para garantir que ele esteja em outras bases”, disse o ministro Paulo Teixeira no anúncio do cancelamento na terça-feira (11), no Palácio do Planalto.

Rio Grande do Sul produzirá 69,3% do arroz nacional em 2024, estima IBGE

Rio Grande do Sul será responsável por 69,3% da produção de arroz do Brasil em 2024, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado nesta quinta-feira (13) pelo IBGE. A produção nacional do cereal está estimada em 10,5 milhões de toneladas, sendo que 7,3 milhões de toneladas virão do Rio Grande do Sul, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior.

Apesar do aumento de 7,1% na área colhida, as condições climáticas desfavoráveis, como excesso de chuvas e maior nebulosidade, prejudicaram a produtividade, que deve cair 4,3%.

“As chuvas excessivas e a nebulosidade comprometeram o desempenho das lavouras”afirmou o IBGE em nota.

Os recentes aumentos no preço do arroz incentivaram a expansão das áreas de plantio, o que não ocorria há anos, devido à migração dos rizicultores para o cultivo de milho e soja, considerados mais rentáveis. No entanto, as fortes chuvas no final de abril afetaram negativamente as previsões de produção. Em comparação com o relatório anterior, a estimativa de produção caiu 1,6%, com uma redução de 0,9% na área colhida e 0,7% no rendimento médio.

Carlos Alfredo Guedes, gerente da pesquisa do IBGE, destacou que as perdas nas culturas do Rio Grande do Sul ainda estão sendo avaliadas, pois as obstruções nas estradas dificultaram o levantamento completo em todos os municípios afetados.

Apesar das adversidades, Guedes não prevê falta de arroz nos próximos meses, devido à chegada da nova safra.

“Embora a qualidade do arroz colhido nas áreas mais afetadas tenha piorado, ainda não temos uma estimativa precisa sobre essa perda de qualidade”Concluiu Carlos Alfredo Guedes.

O cenário é de alerta, mas sem previsão de desabastecimento, enquanto os produtores esperam por melhores condições climáticas para a próxima safra.