- O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que eliminará o Pais (Imposto Para uma Argentina Inclusiva e Solidária). O qual, atualmente impõe tarifas sobre produtos importados, a partir de dezembro
- A declaração vem após uma redução recente na taxa de 17,5% para 7,5%, efetuada na segunda-feira (02)
- O presidente afirmou que tais práticas incentivaram uma dependência da indústria em relação ao governo e distorceram a economia do país
O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que eliminará o Pais (Imposto Para uma Argentina Inclusiva e Solidária). O qual, atualmente impõe tarifas sobre produtos importados, a partir de dezembro.
A declaração vem após uma redução recente na taxa de 17,5% para 7,5%, efetuada na segunda-feira (02).
Em seu discurso, Milei criticou o protecionismo da indústria argentina, alegando que ela se beneficiou de subsídios estatais e tarifas sobre produtos estrangeiros. O presidente afirmou que tais práticas incentivaram uma dependência da indústria em relação ao governo e distorceram a economia do país.
“Muitas vezes, na Argentina, foram criados impostos dizendo que eram transitórios e depois nunca foram reduzidos. Bem-vindo ao momento histórico em que um governo disse que os criou temporariamente e hoje está se tornando realidade, que esta redução foi feita”, declarou em evento da União Industrial Argentina, que comemora o Dia da Indústria.
Milei descreveu o Pais, instituído em dezembro de 2019 durante o governo do ex-presidente Alberto Fernández, como “nefasto” e recebeu aplausos entusiásticos dos presentes. A medida reflete a abordagem libertária de Milei para reformar a economia argentina e reduzir a intervenção estatal.
Milei, contudo, também ressaltou a importância de adotar uma política fiscal e monetária robusta, garantir o pagamento das dívidas e combater a inflação para restaurar a estabilidade econômica. Ele elogiou, portanto, o desempenho do ministro da Economia, Luis Caputo, e do ministro da Desregulação, Federico Sturzenegger, destacando suas contribuições para essas áreas.
O presidente, no entanto, comparou os desafios enfrentados por sua administração à tarefa de Hércules enfrentando o monstro de muitas cabeças, aludindo à batalha contra um Estado excessivamente inchado.
PAIS
O Pais (Imposto Para uma Argentina Inclusiva e Solidária) é um imposto de tarifas sobre produtos importados, criado pela Lei 27.541, sancionada em dezembro de 2019, durante o governo do ex-presidente Alberto Fernández.
Objetivo e Funcionamento:
- Arrecadação e Protecionismo: O imposto foi introduzido como uma medida protecionista para reduzir a dependência da Argentina de produtos importados e estimular a produção local. Ele visava arrecadar receitas adicionais para o governo e proteger a indústria nacional de concorrência externa.
- Tarifas: Originalmente, o Pais impôs tarifas de 30% sobre produtos importados, com a possibilidade de ajustes e variações. Essas tarifas eram aplicadas sobre uma ampla gama de bens e serviços, afetando tanto consumidores quanto empresas que dependem de insumos e produtos estrangeiros.
- Propósito Social: Além de seu efeito protecionista, o imposto foi apresentado como uma forma de promover a justiça social, com o objetivo de financiar programas sociais e iniciativas de inclusão.
Com a eliminação do Pais, conforme anunciado por Javier Milei, o governo argentino busca reduzir as barreiras ao comércio internacional e promover uma economia mais aberta e competitiva.
Sob Milei, Argentina tem oitavo superávit seguido, com alta de 19,2% nas exportações
Argentina registrou um superávit comercial de US$ 1,575 bilhão em julho.
Na terça-feira (20), fontes oficiais informaram que a Argentina registrou um superávit comercial de US$ 1,575 bilhão em julho, em contraste com o saldo negativo de US$ 700 milhões no mesmo mês do ano passado.
Segundo informações, com esse resultado, a Argentina passou a ter superávit comercial por oito meses consecutivos e o saldo positivo de julho representa, no entanto, uma queda de 16,6% em relação ao superávit alcançado em junho, revés explicado por uma diminuição sazonal na oferta exportável de produtos primários e manufaturados de origem agrícola e um aumento nas importações de energia no inverno austral.
Em julho, a Argentina exportou US$ 7,221 bilhões, 19,2% a mais do que no mesmo mês de 2023.
As importações, no valor de US$ 5,646 bilhões, caíram 16,5% em relação ao ano anterior.