- Diante da escassez de gás e dos cortes de serviços, o governo argentino anunciou nesta quarta-feira (29), o desembaraço, contudo, de um carregamento de gás da Petrobras
- O clima frio, portanto, afetou o abastecimento de gás, e problemas de pagamento interromperam o descarregamento, agravando a situação
- Resultado da escassez de gás natural comprimido (GNC) nos postos de abastecimento
Diante da escassez de gás e dos cortes de serviços, o governo argentino anunciou nesta quarta-feira o desembaraço de um carregamento de gás da Petrobras (PETR4). O clima frio afetou o abastecimento de gás, e problemas de pagamento interromperam o descarregamento, agravando a situação. Medidas visam estabilizar o fornecimento.
Dessa forma, resultando em escassez de gás natural comprimido (GNC) nos postos de abastecimento.
A Secretaria de Energia anunciou que a Enarsa comprou 44 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras na sexta-feira. O descarregamento desse carregamento está previsto para começar nesta quarta-feira.
“Mas, no último minuto, a empresa contestou a carta de crédito com a qual o combustível deveria ser pago e não autorizou o descarregamento do GNL no terminal de Escobar”, disse.
O governo argentino explicou que essa situação levou ao corte de fornecimento para usuários não prioritários, como indústrias, usinas termelétricas e postos de abastecimento. Isto, a fim de garantir o abastecimento de hospitais, escolas, residências e empresas.
“O objetivo é continuar abastecendo a ‘demanda prioritária’ e as residências”, disse o governo, acrescentando que o desbloqueio do carregamento deve significar que “ao longo do dia a situação dos cortes de fornecimento será regularizada”.
A Argentina está acelerando a produção de gás e petróleo na região de Vaca Muerta, mas ainda precisa de importações para atender à demanda durante o inverno. A longo prazo, o país pretende se tornar um exportador líquido de energia e um fornecedor global de GNL. O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, afirmou que o governo está trabalhando arduamente para evitar, dessa forma, futuros problemas no fornecimento de gás.
“É um inverno muito rigoroso e a demanda passou de 44 milhões de metros cúbicos para quase 70 milhões”, disse ele em coletiva de imprensa.
Petróleo sobe com tensões geopolíticas e perspectivas de oferta
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 28, após feriados em Londres e Nova York. As tensões geopolíticas no Oriente Médio, especialmente a reação às ações de Israel na Faixa de Gaza, aumentam os prêmios de risco da commodity. Além disso, investidores monitoram as expectativas de restrição de oferta pela Opep+, com a reunião do grupo prevista para o próximo final de semana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho subiu 2,71% (US$ 2,11), fechando a US$ 79,83 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto, no entanto, aumentou 1,28% (US$ 1,06), fechando a US$ 83,94 por barril.
O ataque de Israel a Rafah, na Faixa de Gaza, continua a influenciar o mercado, com críticas internacionais à ofensiva. Em resposta, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O ING projeta que a Opep+ continuará, contudo, com os cortes de produção durante a reunião do próximo domingo.
“Há um risco de que a Opep+ aperte demais o mercado no terceiro trimestre deste ano”, alerta.